Estudo publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition demonstrou que a ingestão moderada de peixe (> 1 vez/semana) durante a gestação é benéfica para o crescimento fetal e diminui o risco de parto prematuro.
Os pesquisadores investigaram 151.880 mães e filhos, a partir de 19 estudos de coorte da Europa, com o objetivo de avaliar se a ingestão de peixe durante a gravidez está associada com o crescimento fetal e a duração da gestação.
Foram buscadas informações sobre a idade gestacional, peso ao nascer e sobre o consumo de peixe durante a gestação com base em questionário de frequência alimentar. A partir disso, as gestantes foram distribuídas em três categorias: consumo ≤ 1 vez/semana (categoria 1), consumo acima de 1 até 2 vezes/semana (categoria 2) e ≥ 3 vezes/semana (categoria 3).
De maneira geral, foi observado que as mulheres presentes nas categorias 2 e 3, com consumo de peixe acima de 1 vez/semana durante a gravidez tiveram um menor risco de parto prematuro do que as mulheres com o baixo consumo de peixe (≤ 1 vez/semana). Os pesquisadores observaram que esse benefício foi mais significativo para as gestantes da categoria 2. Em relação ao ganho de peso fetal, as mulheres com maior consumo de peixe durante a gravidez, presentes na categoria 2 e 3, apresentaram peso ao nascer mais satisfatório. Foi observado também que esses resultados foram ainda mais significantes em gestantes que eram fumantes e em mulheres com sobrepeso ou com obesidade.
“O período gestacional é particularmente crítico para o desenvolvimento, e evidências sugerem que déficits alimentares durante este período têm efeitos em longo prazo sobre a saúde da criança. O peixe é uma fonte rica em nutrientes, tais como ácidos graxos ômega-3, proteínas, selênio, iodo, e vitamina D, os quais são considerados como benéficos para o crescimento e desenvolvimento fetal”, comentam os autores.
“Em conclusão, os dados disponíveis nesse estudo indicam que o consumo moderado de peixe durante a gravidez está associado com menor risco de parto prematuro e ganho de peso satisfatório do bebê. Esses resultados apoiam a necessidade de aconselhamento, em nível de saúde pública, para promover o consumo de peixe em mulheres grávidas, de acordo com as restrições específicas de cada país sobre as espécies de peixes e itens conhecidos por terem altas concentrações de poluentes”, concluem.
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