“Pessoas com dietas ricas em proteína, especialmente proteínas de peixes, podem ser menos propensas a sofrer acidente vascular cerebral (AVC) do que aquelas com dietas pobres em proteínas” essa é a conclusão de uma metanálise publicada no Neurology, o jornal médico da Academia Americana de Neurologia. O desenvolvimento do estudo se baseou na observação de que proteínas podem diminuir a pressão arterial e, com isso, desempenhar papel na prevenção de AVC.
Os autores rastrearam estudos prospectivos do tipo coorte (epidemiológico observacional) sobre a relação entre ingestão de proteína na dieta e risco de AVC, publicados até novembro de 2013 nos bancos de dados do PubMed e Embase, bem como aqueles citados nas listas de referências dos artigos neles captados. A metanálise incluiu um total de 7 estudos prospectivos que relataram riscos relativos (RR), com intervalo de confiança de 95% (IC), entre proteína da dieta e risco de AVC em um total de 254.489 participantes acompanhados por uma média de 14 anos.
Os dados evidenciaram que participantes com a maior quantidade de proteína em suas dietas apresentaram 20% menos probabilidade de desenvolver AVC do que aqueles com menor quantidade de proteína em suas dietas. Os resultados contabilizaram outros fatores que podem afetar o risco de AVC, como tabagismo e nível de colesterol sanguíneo alto. Para cada adicional de 20 gramas por dia de proteína ingerida, o risco de AVC diminuiu em 26%. A redução do risco de AVC foi maior para o consumo de proteína animal do que o consumo de proteína vegetal.
No entanto, a metanálise não apoia o consumo de carne vermelha como fonte de proteína, que tem sido associado com o aumento do risco de AVC. Dos estudos nela incluídos, 2 foram realizados no Japão, onde as pessoas comem menos carne vermelha e mais peixe do que os ocidentais. O consumo de peixe tem sido associado à diminuição do risco de acidente vascular cerebral por seu alto conteúdo de ácidos graxos ômega-3.
“Os dados levantados indicam que o risco de AVC pode ser reduzido através da substituição de carne vermelha por outras fontes de proteína, como peixe”, comenta o autor.