Estudo conduzido por Yoshida e colaboradores investigou o valor prognóstico da ingestão alimentar hospitalar antes da alta hospitalar em pacientes internados por insuficiência cardíaca (IC). Para isso, foram selecionados pacientes hospitalizados por IC, sendo coletados dados clínicos e demográficos de seus prontuários, registrado a quantidade de alimentos ingerida, informação sobre mortalidade e reinternação em um ano, avaliada a fragilidade pela Escala de Fragilidade Clínica (EFC) e realizado o escore de risco preditivo de mortalidade em 1 ano de pacientes com IC (SHFM).
Fizeram parte do estudo 207 pacientes com uma média de idade de 74 anos, sendo a maioria homens. Os pacientes com ingestão alimentar (IA) inadequada eram mais velhos, predominantemente mulheres, possuíam IMC mais baixo, menor hemoglobina, menor taxa de filtração glomerular (TFG), pontuação na EFC maior e níveis mais altos de Peptídeo natriurético cerebral na alta hospitalar, em comparação ao grupo com IA adequada. Dos pacientes do estudo, 50,7% apresentavam uma ingesta inadequada. Houve uma correlação positiva entre IA inadequada e fragilidade (EFC)(p<0,001), eventos adversos (p=0,004), mortalidade e readmissão em 1 ano.
Assim, os autores concluíram que uma ingesta alimentar inadequada apresentada por pacientes internados por falência cardíaca associou-se a uma maior mortalidade ou readmissão em 1 ano. Além disso, a monitorização da ingesta alimentar é simples e pode ser útil para predizer e estratificar o risco de pacientes com falência cardíaca.