Pesquisadores de um estudo publicado na revista da Academia de Nutrição e Dietética descobriram uma associação significativa entre obesidade e insegurança alimentar em crianças de 6 a 11 anos de idade. “Insegurança alimentar é caracterizada pela falta de disponibilidade e o acesso das pessoas aos alimentos. Uma casa é considerada como tendo segurança alimentar quando seus ocupantes não vivem com fome ou sob o risco de inanição”, explicam os autores.
Trata-se da análise dos dados de um estudo coorte nacionalmente representativo realizado nos Estados Unidos, o National Health and Nutrition Examination Survey. Foram avaliadas 9.701 crianças com idade entre 2 e 11 anos através de um questionamento com base em 8 questões direcionadas especificamente às crianças. A obesidade foi definida através de avaliação antropométrica, como o índice de massa corporal (IMC) maior ou igual ao percentil 95 das curvas de crescimento do Centro de Controle de Doenças, de acordo com idade e sexo. Foram realizadas regressões logísticas ajustadas por sexo, raça/etnia e nível de pobreza para descrever a associação entre obesidade e insegurança alimentar.
Entre as crianças de 6 a 11 anos, 17,6% eram obesos, em comparação com 11,4% das crianças de 2 a 5 anos. A insegurança alimentar pessoal estava presente em 2,9% das crianças de 6 a 11 anos. Os níveis de insegurança alimentar foram semelhantes (2,9%) para meninos e meninas, mas houve diferenças entre as etnias: brancos não-hispânicos apresentaram um menor de nível de insegurança alimentar pessoal, enquanto os mexicanos-americanos relataram níveis muito mais elevados. Além disso, as crianças de famílias com baixa renda apresentaram níveis de insegurança alimentar mais elevados em comparação com as crianças de famílias que estavam acima do limiar da pobreza.
“A evidência da associação entre a insegurança alimentar pessoal e obesidade em crianças na idade escolar presta apoio aos programas destinados a melhorar o acesso consistente a alimentos saudáveis para essas crianças”, afirmam os autores.