De acordo com estudo publicado na Scientfic Reports, Lactobacillus, uma bactéria probióticaencontrada no iogurte de cultura viva, parece reverter sintomas de depressão emcamundongos. Além disso, os pesquisadores descobriram um mecanismo específicosugerindo uma associação direta entre a saúde do microbioma intestinal e asaúde mental.
Os autores levantaram a hipótese de que o Lactobacillus suprime a quinurenina,metabólito do triptofano que leva a depressão. Quando o Lactobacillus está baixo os níveis de quinurenina aumentam.
Para testar esta teoria, os pesquisadores conduziram umexperimento para elevar os níveis de quinurenina em camundongos enquantoadministravam Lactobacillus. Elesobservaram que a melhora nos sintomas depressivos era reduzida nesta situação.
Em um modelo pré-clínico reconhecido de depressão, ospesquisadores avaliaram o microbioma intestinal de camundongos antes e apósterem sido expostos a estresse crônico. A principal alteração encontrada foiuma perda de Lactobacillus e umaumento nos níveis circulantes de metabólitos de quinurenina. Com a perda de Lactobacillus veio o início dos sintomasdepressivos. Mas após a suplementação com L.reuteri para restaurar os Lactobacillus,o metabolismo de quinurenina normalizou, assim como o comportamento dosanimais.
Os autores também perceberam que as espécies reativas deoxigênio derivadas de Lactobacillus podemsuprimir o metabolismo da quinurenina do hospedeiro ao inibir a expressão daenzima metabolizadora IDO1 no intestino. Além disso, a manutenção de níveiselevados de quinurenina durante a suplementação com Lactobacillus diminuiu os benefícios do tratamento. “Em conjunto,nossos dados fornecem um cenário mecanicista de como um elemento da microbiota(Lactobacillus) pode contribuir pararegular o metabolismo e a resiliência durante o estresse”, explicam ospesquisadores.
“Esta é a mudança mais consistente que vimos emdiferentes experimentos e diferentes contextos que chamamos perfis demicrobioma. É uma mudança consistente. Vemos os níveis de Lactobacillus se relacionarem diretamente com o comportamentodesses camundongos”, concluem. Os pesquisadores acreditam que osresultados também possam ser observados em humanos.