Pesquisadores europeus publicaram na revista The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism um estudo que concluiu que mulheres obesas com altos níveis de leptina e baixos de grelina são mais resistentes à perda de massa gorda no início do tratamento dietético.
O objetivo do estudo foi investigar o valor preditivo dos níveis da leptina e grelina na perda de peso e de massa gorda após 12 semanas de intervenção com dieta de baixa caloria em mulheres obesas.
Os pesquisadores avaliaram 78 mulheres obesas com idade média de 36,7 ± 7 anos e não diabéticas. As participantes foram submetidas a um programa de perda de peso durante 12 semanas. A redução do peso corporal (0,5-1 kg por semana) foi induzida por uma dieta com redução de 600 kcal das necessidades energéticas, seguindo a seguinte distribuição: 55% de carboidratos, 30% lipídeos e 15% de proteínas. As participantes foram avaliadas antes e após a intervenção dietética com relação a composição de massa gorda por absortometria de raio-x de dupla energia, gasto energético de repouso (GER) por calorimetria indireta e níveis de leptina e grelina.
Os altos níveis de leptina foram correlacionados com menor GER antes (p < 0,008) e após a intervenção dietética (p < 0,001). Similarmente, altos níveis da razão leptina/grelina foram fortemente associados com menor GER tanto no início quanto no final da dieta (p < 0,001). Os níveis iniciais mais elevados de leptina e menores níveis iniciais de grelina predizeram menor perda de peso corporal e de massa gorda depois de 12 semanas de intervenção dietética.
“A homogeneidade da amostra estudada e a intervenção bem controlada são os pontos fortes do nosso estudo. No entanto, precisamos ser muito cautelosos antes de extrapolar as nossas conclusões para outras populações e na replicação de nossos achados”, explicam os autores.
“Nossos resultados sugerem que as mulheres obesas, com altos níveis de leptina e baixos de grelina podem ser mais resistentes à perda de peso induzida por uma dieta de restrição calórica. A razão leptina/grelina pode ser proposta como um biomarcador para predizer adaptações metabólicas durante o tratamento dietético e, se confirmados em estudos futuros, como um preditor de sucesso ou fracasso do tratamento”, concluem.