Segundo um estudo publicado na revista Stroke da American Heart Association, uma maior ingestão de potássio está associada a um risco mais baixo para o desenvolvimento de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, bem como outras causas de mortalidade em mulheres pós-menopáusicas.
Trata-se de um estudo prospectivo que acompanhou mais de 90 mil mulheres pós-menopáusicas com idade entre 50 e 79 anos, sem histórico de AVC, por um período médio de 11 anos. As variáveis de desfecho foram, AVC isquêmico e hemorrágico e outras causas de mortalidade nessa população. O consumo de potássio foi calculado a partir de questionários de frequência alimentar preenchidos pelos participantes no ato da matrícula ao final de 3 anos de acompanhamento. Inicialmene, a incidência de AVC foi identificada através de auto relato em visitas anuais, mas posteriormente os registros médicos foram solicitados e então o AVC foi julgado por um neurologista. A incidência foi comparada através de quartis de ingestão de potássio.
O quartil de maior ingestão de potássio foi associado com menor incidência de AVC isquêmico e mortalidade total. O efeito sobre o AVC isquêmico foi mais evidente em mulheres sem hipertensão: aquelas que consumiam níveis mais elevados de potássio tinham uma redução de 27% do risco de AVC comparada às mulheres que consumiam níveis baixos de potássio. Não houve associação da ingestão de potássio com AVC hemorrágico.
Os pesquisadores também relataram que, em geral, essa população consumia quantidades bem abaixo da dose diária recomendada de potássio. Nos Estados Unidos, a recomendação é de 4700 mg/dia enquanto a Organização Mundial da Saúde recomenda 3510 mg/dia. As mulheres avaliadas no estudo apresentaram uma ingestão média de 2600 mg/dua, o que é muito semelhante à média da ingestão americana, porém abaixo das duas recomendações. Os autores relatam que apenas 2,8% das mulheres atingem ou ultrapassam a ingestão recomendada.
“Durante nosso acompanhamento, encontramos que a maior ingestão de potássio está associada à um menor risco de AVC isquêmico, mas não de AVC hemorrágico associado com maior, especialmente em mulheres não hipertensas, bem como reduziu o risco de mortalidade por qualquer causa em todas as mulheres”, concluem os autores. “A ingestão de potássio nos Estados Unidos é bem inferior à recomendação, portanto, estes resultados são importantes na sugestão de medidas dietéticas preventivas para diminuir o risco de acidente vascular cerebral”, afirmam.