Pesquisadores publicaram na revista científica Critical Care um estudo que demonstrou o valor preditivo dos níveis séricos de malondialdeído (MDA), um marcador sobre o estado oxidativo, que pode estar associado com aumento de gravidade e mortalidade de pacientes sépticos.
Trata-se de um estudo observacional prospectivo, multicêntrico, realizado em seis unidades de terapia intensiva da Espanha. Foram avaliados os níveis séricos de MDA em 328 pacientes no primeiro, quarto e oitavo dia após o diagnóstico de sepse grave. Para a realização do teste estatístico foram avaliados também 100 indivíduos saudáveis como grupo controle.
Os pesquisadores encontraram altos níveis séricos de MDA nos pacientes sépticos a partir de um dia (p <0,001), quatro dias (p <0,001) e de oito dias após o diagnóstico (p <0,001). Os níveis de MDA foram correlacionados com níveis elevados de ácido lático e com os piores níveis de SOFA (do inglês, Sequential Organ Failure Assessment, que significa avaliação sequencial de falência de órgãos) durante a primeira semana. As análises estatísticas demonstraram que os níveis de MDA foram associados a maior mortalidade em 30 dias (p=0,005) e em seis meses (p=0,003).
“O malondialdeído (MDA) é um produto final da peroxidação lipídica, principalmente proveniente do ácido araquidônico, um membro da família dos ácidos graxos ômega-6. A produção excessiva de MDA contribui para o aumento da resposta inflamatória por ativação de citocinas pró-inflamatórias”, explicam os autores.
“Para o nosso conhecimento, este é o maior estudo que fornece dados sobre o estado oxidativo de pacientes sépticos. Esse novo achado demonstra que os altos níveis séricos de MDA ao longo da primeira semana após o diagnóstico de sepse grave foram associados com maior gravidade e mortalidade”, concluem.