Estudo publicado na revista Critical Care demonstrou que o baixo nível da área de massa muscular, avaliado por tomografia computadorizada, é um fator de risco de mortalidade em pacientes críticos que estão em ventilação mecânica.
Foram incluídos no estudo 240 (94 mulheres e 146 homens) pacientes críticos adultos ventilados mecanicamente, nos quais uma tomografia computadorizada do abdômen foi feita por indicação clínica entre 1 dia antes e 4 dias após a admissão na unidade de terapia intensiva (UTI). As tomografias computadorizadas foram analisadas em nível da terceira vértebra lombar (L3) para a área do músculo esquelético, expressa em cm2. Os pontos de corte definidos foram: 110 cm2 para mulheres e 170 cm2 para os homens.
Os pesquisadores observaram que média da área muscular verificada nas mulheres foi significativamente menor (102 ± 23 cm2) do que nos homens (158 ± 33 cm2, p<0,001). O baixo nível de área muscular foi observado em 63% dos pacientes e foi associado com maior mortalidade independentemente do sexo e do APACHE II (do inglês, Acute Physiology And Chronic Health Evaluation II, sistema de classificação de prognóstico), sendo o fator de risco de 4,3 (intervalo de confiança 95%: 2,0 a 9,0; p<0,001).
Segundo os autores, o estudo tem pontos fortes e limitações. Para eles, um dos pontos fortes é por ser o primeiro estudo que avaliou a área muscular usando novas técnicas em pacientes críticos, sendo uma ferramenta útil para predizer a evolução do paciente. Ele também mostra que o nível de massa muscular é um preditor mais preciso de mortalidade do que o índice de massa corporal (IMC).
“Por outro lado, a tomografia computadorizada não é uma ferramenta viável para a monitorização de rotina da massa muscular. Nesse sentido, outras ferramentas de avaliação da composição corporal, menos invasivas, devem ser estimuladas para a utilização na prática clínica. Outros estudos também devem ser realizados para validar esses resultados”, concluem os autores.