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A VIA DE ADMINISTRAÇÃO DE DIETA PODE INTERFERIR NO ATENDIMENTO AS NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Autor: Wania Queiroz de Souza Castanho

Co-autor: Ira Soraya Corrêa de Arruda

Instituição: Hospital Universitário Júlio Muller

A via de administração de dieta enteral pode estar disposta no estômago, duodeno ou jejuno, conforme as facilidades técnicas, as rotinas de administração, bem como as alterações orgânicas e/ou funcionais a serem corrigidas e podem ser fator determinante no atendimento as necessidades nutricionais. Na dependência da localização em que foi administrada, a dieta enteral deverá apresentar características específicas de osmolalidade, pH e conteúdo dos diferentes nutrientes indispensáveis ao paciente. A técnica de administração pode ser contínua ou intermitente, em bolo ou gravitacional e, também, varia de acordo com a posição do cateter/ostomia no estômago e intestino delgado.

MÉTODO – estudo clínico, prospectivo, observacional e analítico. Foram incluídos no estudo 44 pacientes de ambos os sexos candidatos à terapia nutricional enteral,exclusiva, internados no Hospital Universitário Júlio Muller – Cuiabá – MT. Os pacientes que não receberam dieta enteral por mais de 05 dias foram excluídos. Foram ainda excluídos menores de 18 anos e gestantes. Os pacientes foram acompanhados desde o momento do início da terapia enteral até a alta ou suspensão da dieta. Foram feitas avaliações antropométricas (peso, estatura, IMC) e bioquímicas (hemograma, proteínas totais, albumina, uréia, creatinina, e glicose) no início e no término do estudo, apenas repetiu-se a dosagem bioquímica. Os end points estudados foram: via de administração da dieta enteral e tempo necessário para atingir as necessidades nutricionais (em horas) e como variável secundária tempo de utilização de dieta enteral ( dias). As necessidades nutricionais foram estimadas em 25kcal/kg e 1,5g de proteínas/kg. Não houve interferência do pesquisador em nenhuma das etapas da pesquisa.

RESULTADOS: Na amostra estudada (n=44) a idade média foi de 54 anos ± 20, sendo 52,3% do sexo feminino (n = 23) e 47,7% (n=21) do sexo masculino. A média de IMC foi de 22,2kg/m2. Na comparação entre as duas fases do estudo, apenas a hemoglobina e hematócrito apresentaram diferenças estatísticas com p=0,04 e 0,004, respectivamente. A mediana de dias de dieta enteral foi de 10 [4-50]. 91% (n=40) da população recebeu dieta via cateter nasoenteral e 10% (n=4) via jejunostomia. Quando se comparou as vias de infusão de dieta observou-se que os pacientes que receberam dieta via jejunostomia atingiram as necessidades nutricionais mais precocemente (50% em menos de 72 horas) que aqueles que receberam via cateter nasoenteral (57,5% em até 150 horas). Observa-se também que 37,5% (n=15) dos pacientes não conseguiram atingir as necessidades calóricas durante toda a internação, quando a via de administração é cateter nasoenteral. A média das necessidades calóricas foi de 1600 ± 521cal/dia. Os dados foram analisados pelo método de freqüência absoluta, relativa, teste T de Student.

CONCLUSÃO: Os pacientes que receberam dieta enteral via jejunostomia conseguiram atingir as necessidades calóricas enquanto que aqueles que receberam dieta via cateter nasoenteral não conseguiram o mesmo sucesso.

Unitermos: enteral, jejunostomia.

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