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FATORES ASSOCIADOS AO SUCESSO NA EVOLUÇÃO DA PRESCRIÇÃO DAS NECESSIDADES CALÓRICAS EM PACIENTES CRÍTICOS

Co-autores: AGUILAR-NASCIMENTO, J.E.; TAVARES, VM

Instituição: Departamento de Alimentos e Nutrição e Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de Mato Grosso – Cuiabá. MT

Objetivo: Avaliar fatores associados com a evolução da prescrição das necessidades calóricas em pacientes críticos por uma equipe multidisciplinar de terapia nutricional. Método: Foram estudados prospectivamente 60 pacientes internados em UTI (33M, 55% e27F, 45%) com idade mediana de 49 (15-93) anos. Os pacientes foram divididos em três grupos: a) Trauma (n=20); b) Pós-operatório de cirurgias do aparelho digestivo (n=22); e c) em tratamento clínico (n=18). Os end-points foram: sucesso ou insucesso da evolução calórica, tempo para início do suporte e evolução da prescrição das calorias programadas (25, 50, 75 e 100%). Registrou-se também o tipo e duração do suporte nutricional, dias de internação, uso ou não de ventilação mecânica, fibra dietética e glutamina, e a mortalidade. As necessidades calóricas estipuladas variaram de 25-35 Kcal/ Kg. Utilizou-se curvas de sobrevida (Kaplan-Meyer) para análise do sucesso na evolução da prescrição calórica com o tempo. Resultado: A mortalidade foi de 28,3% (17 pacientes) sem diferença entre grupos. O tempo de internação variou de 2 a 88 dias (mediana =12) e o número de dias de suporte entre 1 a 88 dias (mediana=13 dias). O percentual de desnutridos foi alto (83,8%), sem diferença entre os grupos. Quarenta e cinco pacientes necessitaram de ventilação mecânica (75%). Em 54 pacientes (90%), o início na terapia nutricional ocorreu até 48h da internação, sendo que em 73,3% (44 pacientes), a dieta iniciou nas primeiras 24 horas. A TNE foi prescrita para 41 pacientes (68,3%) sendo a mais utilizada para pacientes com trauma (80%) e clínicos (100%). Inversamente, a TNP foi a mais utilizada nos pacientes em pós-operatório (63,6%) (p<0,01). A fibra dietética foi prescrita para 25 pacientes (41,7%), e a glutamina para 21 pacientes (35%). Pacientes com trauma (10/20) e os clínicos (13/18) receberam mais fibra dietética que o grupo pós-operatório (2/22) (p<0,01). O sucesso na evolução da prescrição das necessidades calóricas ocorreu para a maioria dos pacientes (73,3%; 44 pacientes). O sucesso foi mais rapidamente atingido em pacientes fora do respirador (mediana=3,8 dias [IC95%, 3,0-4,7] vs 11,2 dias [IC95%, 5,7-16,7]; p=0.004). Cerca de 90% dos pacientes atingiram 25% das calorias no 1º dia e 86% atingiram 50% no 3º dia independente do tipo de suporte. Não houve diferença significativa entre o sucesso na prescrição das calorias entre TNE e TNP para nenhuma fase (25,50,75 ou 100%). Conclusão: A evolução da prescrição das necessidades calóricas em pacientes atendidos em UTI foi satisfatória em torno de 75% dos pacientes estudados. A evolução da prescrição calórica é mais lento em pacientes com respiração mecânica assistida.

Unitermos: paciente crítico, prescrição calórica, terapia nutricional, ventilação mecânica

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