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OCORRÊNCIA DE OSTEOPENIA NO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO DA CIRURGIA DE SCOPINARO EM PACIENTES SEM ACOMPANHAMENTO MULTIDISCIPLINAR

Co-autores: Silvia Elaine Pereira; Ivana Carneiro; Carlos José Saboya

Instituição onde foi desenvolvido o trabalho: Clínica Cirúrgica Carlos Saboya RJ

A obesidade é uma doença de prevalência crescente e vem adquirindo proporções epidêmicas, sendo um dos problemas de saúde pública da sociedade moderna que levou a OMS em 1995 reconhecer a obesidade como doença crônica, multifatorial e de tratamento complexo. Colaborando para as inúmeras pesquisas visando uma terapêutica de controle, neste campo emergiu a cirurgia Bariátrica no Brasil no final da década de 70, que vem sendo atualmente apontada como único método capaz de controlar a perda do excesso de peso a médio de longo prazo.Todavia, as inúmeras alterações anatômicas no trato gastrintestinal originam mudanças metabólicas que contribuem para inadequação do estado nutricional.

Os mecanismos de funcionamento dessas cirurgias são a restrição e disabsorção isoladamente ou em conjunto e a cirurgia de Scopinaro, método disabsortivo, relaciona-se com má absorção permanente e seletiva para amido e principalmente gordura que requer controle multidisciplinar, com avaliação nutricional, clínica e bioquímica freqüentes.

Dentre as deficiências mais freqüentes, a de absorção de cálcio tem surgido como grande complicação e sua prevenção tem como base a orientação nutricional e suplementação, sendo o objetivo deste estudo avaliar a ocorrência de osteopenia em pacientes submetidos à Cirurgia de Scopinaro sem acompanhamento multidisciplinar por no mínimo 2 anos.

Metodologia:Avaliamos 13 pacientes, 9 mulheres e 3 homens, com IMC pré-operatório entre 41 e 64 kg/m_ e atual entre 27 e 41 kg/m_, com idade média de 38 anos, no período de junho de 2004 a janeiro de 2005 sem acompanhamento regular há no mínimo 2 anos, submetidos a Gastroplastia Redutora com Derivação Bílio Pancreática entre 2000 e 2002 em um estudo de corte transversal em Clínica Privada na cidade do Rio de Janeiro.

A avaliação bioquímica baseou-se na análise dos níveis séricos de cálcio iônico, parathormônio – PTH molécula intacta e densitometria óssea do fêmur e coluna vertebral.

Os pacientes foram submetidos ao questionário de freqüência alimentar e recordatório de 24 h no intuito de verificar a ingestão dos alimentos fonte de cálcio e de calorias. Os dados foram submetidos à TABELA DE VARIÂNCIA – ANOVA ao nível de 5% de significância.

Resultados: Identificamos 10 (77%) casos de osteopenia, sendo 4 homens e 6 mulheres entre 2,3 a 3 anos de pós-operatório.

Em todos os pacientes com quadro de osteopenia, os níveis séricos de cálcio encontravam-se abaixo do valor mínimo estabelecido e o PTH acima do valor máximo estabelecido, contudo, 3 pacientes apresentaram elevação do parathormonio sem anormalidades nos níveis séricos de cálcio e densitometria óssea.

A análise do questionário de freqüência alimentar evidenciou ingestão inadequada de alimentos fonte de cálcio em 80 % do grupo estudado.

Conclusão: Parece que a ocorrência de osteopenia relaciona-se com a cirurgia de Scopinaro igualmente em ambos os sexos devido a disabsorção gerada pela cirurgia onde apenas 50 a 100 cm de íleo participam ativamente do processo de absorção e também pela diminuição de vitamina D devido a restrição lipídica na dieta.

A indisciplina alimentar do paciente, talvez por não haver um componente restritivo efetivo e a ausência de acompanhamento periódico parecem corroborar para ocorrência da patologia, o que também pode ser observado nos estudos de Scopinaro et. al de 2000 e 2001.

Embora a ocorrência de osteopenia no pós-operatório tardio da cirurgia de Scopinaro tenha sido significativa neste grupo (p > 0,05), novos estudos necessários.

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