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Mudança de paradigmas: Vale a pena seguir protocolos?

 

Estudo publicado no The New England Journal of Medicine demonstrou que, em comparação com a prática da reanimação de costume, o protocolo de terapia alvo precoce não diminuiu a mortalidade entre os pacientes que chegaram à emergência com choque séptico.
 
Trata-se de um estudo prospectivo, randomizado, de grupos paralelos realizado em 51 hospitais de cuidados terciários e não terciários. Os pacientes que chegaram à emergência com choque séptico foram aleatoriamente divididos em dois grupos. Um grupo foi tratado com o protocolo de terapia alvo precoce (TAP) e o outro grupo recebeu cuidados habituais (CH). O desfecho primário foi a mortalidade em até 90 dias após a randomização.
 
Dos 1.600 pacientes inscritos, 796 foram atribuídos ao grupo TAP e 804 para o grupo CH. Os pacientes do grupo TAP receberam uma média maior de volume de fluidos intravenosos nas primeiras 6 horas após a randomização do que aqueles no grupo CH (1.964 ± 1.415 ml vs 1.713 ± 1.401 ml) e eram mais propensos a receber infusões vasopressoras (66,6% versus 57,8%), transfusão de hemácias (13,6% versus 7,0%) e dobutamina (15,4% versus 2,6%) (P <0,001 para todas as comparações). Após 90 dias da randomização, 147 mortes ocorreram no grupo TAP e 150 ocorreram no grupo CH, as taxas de mortalidade foram de 18,6% e 18,8%, respectivamente. Não houve diferença significativa no tempo de sobrevivência, mortalidade intra-hospitalar ou tempo de internação hospitalar. 
 
“Os resultados do nosso estudo demonstram que TAP, em comparação com a prática da reanimação de costume, não diminuiu a mortalidade entre os pacientes que chegam à emergência com choque séptico”, concluem os autores. “Nossos resultados sugerem que o valor de incorporar TAP em diretrizes internacionais como um padrão de atendimento é questionável”, afirmam.
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