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Nova medicação para tratamento de pacientes com síndrome do intestino curto

Teduglutida é um medicamento análogo do GLP-2 com propriedades intestinotróficas utilizado em pacientes com síndrome do intestino curto com falência intestinal crônica (SIC-FI).

Os autores pretenderam relatar a experiência dos efeitos da Teduglutida nos cuidados médicos de rotina com foco nos efeitos clínicos e nutricionais. Foram incluídos no estudo todos os pacientes com SIC-FI benigno que receberam Teduglutida desde a aprovação de seu uso na Alemanha (2014), sendo realizado um estudo observacional retrospectivo. O ajuste da Nutrição Parenteral (NP) durante o uso da medicação foi baseado em alterações no peso corporal, alterações no balanço hídrico em 48h, retenção hídrica, estabilidade ou melhora dos resultados da BIA, percepção da sede, performance física e requerimentos do estilo de vida. Dados sobre NP foram coletados no início do tratamento medicamentoso, e nas semanas 12, 24, 52, 78 e 104 após a intervenção. Foram coletados, também, dados sobre frequência e consistência das fezes, avaliação da composição corporal por BIA, parâmetros sanguíneos (albumina e citrulina) e estrutura da mucosa intestinal através de biópsia.

Fizeram parte do estudo 19 pacientes com média de tratamento com Teduglutida de 56 semanas. As adequações nas calorias e fluidos ocorreram em média na 20ª semana após inicio do medicamento e foram em torno de redução de 20% de fluidos e calorias via NP em 3 meses após inicio do tratamento e de 45% com 2 anos de tratamento, sendo que 90% dos pacientes apresentaram redução das necessidades de NP. A frequência evacuatória, que variava de 2 a 30 vezes em 48h, reduziu do inicio do tratamento em comparação a 12 e 22 semanas (p=0,001 e p=0,002, respectivamente) com melhora também da consistência das fezes. O IMC inicial médio era 22kg/m² e apresentou aumento significativo na semana 12 (p<0,01) e tendeu a aumentar ou se manter nas demais semanas (p>0,01). As biópsias foram realizadas antes de iniciar o medicamento e 1 ano após o tratamento, e mostrou aumento na altura dos vilos (p=0,021) e da profundidade da cripta (p=0,01). Também foi verificado um aumento significativo da citrulina plasmática após a semana 26 e 51 (p=0,001 e p=0,008, respectivamente).

Assim, os autores concluíram que a Teduglutida pode ser aplicada para pacientes com SIC-FI resultando em resposta adaptativa com intervalo de tempo e efeito variáveis. Teduglutida induz alterações funcionais e estruturais provocando uma redução gradual da necessidade de terapia nutricional parenteral, e pode melhorar a função intestinal, com efeito compensatório sobre o estado nutricional.

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