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Nutrição enteral hipercalórica beneficia pacientes com esclerose lateral amiotrófica

Estudo publicado na revista Lancet demonstrou que a nutrição enteral hipercalórica é segura e bem tolerada por pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA).

A ELA é uma doença neurodegenerativa que acomete neurônios motores do córtex, tronco cerebral e medula espinhal. De maneira geral, a doença tem início na idade adulta e acarreta fraqueza, atrofia e contratura muscular, levando à paralisia e morte por insuficiência respiratória em cerca de três a cinco anos.

Os pesquisadores realizaram um estudo clínico randomizado e controlado por placebo com o objetivo de avaliar a segurança e a tolerabilidade de dietas hipercalóricas em pacientes com ELA recebendo nutrição enteral, com a finalidade de manutenção e/ou recuperação do estado nutricional.

O estudo foi feito com 24 participantes, acima de 18 anos de idade, sem histórico de diabetes ou doença hepática ou cardiovascular, e que já estavam recebendo nutrição enteral percutânea. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: Grupo 1- dieta enteral isocalórica (controle); Grupo 2- dieta enteral hipercalórica rica em carboidrato; Grupo 3- dieta enteral hipercalórica rica em lipídios. Os participantes receberam as dietas durante 4 meses e foram acompanhados por 5 meses.

Os participantes que receberam a dieta do grupo 2 apresentaram menos eventos adversos durante o tratamento do que os pacientes dos outros grupos. Esse resultado foi mais significante quando comparado os pacientes do grupo 2 com os pacientes do grupo controle. Durante os 5 meses de acompanhamento, não ocorreram óbitos nos pacientes que estavam no grupo 2 em comparação com três mortes (43%) dos sete pacientes atribuídos à dieta controle (p=0,03). Os eventos adversos, tolerabilidade, mortes e progressão da doença não diferiram significativamente entre o grupo 3 e o grupo controle.

“Os resultados do estudo sustentam a ideia de que a nutrição enteral hipercalórica pode ser uma nova estratégia de intervenção não-farmacológica e potencialmente forte para esta doença fatal, no entanto, esses resultados devem ser interpretados com cautela, tendo em vista o pequeno tamanho da amostra”, concluem.

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