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O consumo de soja pode aumentar a reincidência do câncer de mama?

Não há evidência clínica para sugerir que o consumo de soja e isoflavonas dietéticas aumentem o risco de reincidência de câncer de mama. No passado, a relação entre soja e reincidência de câncer de mama tornou-se polêmica devido às preocupações baseadas em estudos in vitro e em ratos, em que as isoflavonas, por possuir atividade estrogênica, poderiam estimular o crescimento de tumores de mama causados pelo excesso de estrógeno. No entanto, até o momento, nenhum estudo clínico comprovou essa hipótese.

Um dos estudos mais importantes sobre o assunto foi publicado em 2009, na revista JAMA (Journal of the American Medical Association). O estudo avaliou 5042 mulheres com câncer de mama durante 3,9 anos e concluiu que a ingestão de soja e seus derivados estiveram inversamente associadas com a mortalidade e reincidência. A associação inversa foi evidente entre as mulheres tanto com câncer de mama receptor de estrógeno positivo quanto negativo. Este estudo sugere que a ingestão alimentar moderada de soja é segura e potencialmente benéfica para mulheres com câncer de mama.

Outro estudo publicado por Kang et al., em 2010, acompanhou 524 mulheres com câncer de mama, por mais de cinco anos e concluiu que a alta ingestão alimentar de isoflavonas da soja foi associada com menor risco de reincidência em pacientes na pós-menopausa com câncer de mama positivo para receptores de estrógeno e progesterona em hormonioterapia.

Uma pesquisa publicada em 2011 acompanhou durante 7,3 anos 3088 sobreviventes de câncer de mama, diagnosticadas entre 1991 e 2000.  Os autores também concluíram que as mulheres que consumiram soja e seus derivados apresentaram redução do risco de morte.

Estes estudos, em conjunto, que variam em composição étnica (realizados nos Estados Unidos e na China), nível e tipo de consumo de soja, fornecem a evidência epidemiológica necessária para que não haja restrição do consumo de soja para as mulheres com diagnóstico de câncer de mama. Ressalta-se, no entanto, que ainda não existem estudos clínicos que avaliaram especificamente a suplementação de fitoestrógenos na redução do risco de reincidência do câncer de mama.

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