O Bisfenol-A (BPA) é um monômero de plástico policarbonato, composto químico que serve para fabricação de plásticos rígidos e transparentes. Esse composto está presente em recipientes de alimentos e bebidas, como mamadeiras, embalagens plásticas e copos infantis. Além disso, pode ser encontrado no revestimento interno de enlatados, garrafas reutilizáveis de água (do tipo squeeze) e garrafões de água mineral.
O BPA é um desregulador endócrino, isto é, uma substância química semelhante a um hormônio que promove alterações no sistema endócrino humano. Essa substância apresenta homologia estrutural ao dietilestilbestrol (estrógeno sintético), e exerce efeitos que resultam em mudanças de comportamento, alteração do crescimento infantil e maturação sexual precoce.
Diversos estudos científicos têm encontrado efeitos notáveis da exposição perinatal do BPA, que incluem:
- Alterações no desenvolvimento da próstata e da glândula mamária;
- Hiperplasia intraductal e lesões pré-neoplásicas da glândula mamária na idade adulta;
- Alterações no útero e ovário;
- Alterações ligadas ao dimorfismo sexual no adulto;
- Alterações de comportamento, como hiperatividade e aumento de agressividade;
- Alterações no comportamento sexual;
- Aumento da susceptibilidade ao vício de drogas.
Embora os riscos inerentes à exposição ao BPA sejam no desenvolvimento fetal, bebês, crianças e mulheres grávidas, há também uma grande preocupação com os efeitos dessa substância em adultos. Tem sido relatado em estudos científicos que o bisfenol-A pode estar relacionado com doença cardiovascular, diabetes, obesidade e disfunção hepática.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) limita o uso da substância em 0,6 mg para cada quilo de embalagem, já na União Europeia está proibida a fabricação de mamadeiras com o bisfenol-A. Mas atualmente ainda não há um consenso sobre a recomendação no uso desta substância.