A dispepsia caracteriza-se por um conjunto de sintomas relacionados ao trato gastrintestinal superior, como dor, queimação ou desconforto na região superior do abdômen, que podem estar associados à saciedade precoce, empachamento pós-prandial, náuseas, vômitos, sensação de distensão abdominal, cujo aparecimento ou piora dos sintomas pode ou não estar relacionado à alimentação ou ao estresse.
A dispepsia funcional, por sua vez, também conhecida como dispepsia não ulcerosa ou síndrome dispéptica é uma desordem heterogênea em que não se consegue identificar a causa para os seus sintomas. O mecanismo fisiopatológico ainda é desconhecido e o tratamento ainda não está totalmente estabelecido.
Embora várias definições sejam usadas para descrever a dispepsia funcional, a mais comum é a dor, queimação ou desconforto crônico ou recorrente. De acordo com a classificação de Roma III, a dispepsia funcional está dividida em duas categorias principais: a síndrome do desconforto pós-prandial e a síndrome de dor epigástrica.
A dieta e o estilo de vida podem estar diretamente relacionados com os sintomas na dispepsia funcional. Os fatores potenciais relacionados com a dieta são a ingestão calórica total e a composição de nutrientes das refeições. Já os fatores relacionados com o estilo de vida incluem o exercício físico, tabagismo, hábitos de sono, bem como o estado emocional (incluindo estresse e ansiedade).
Os alimentos ricos em gordura, carboidratos simples, leite e derivados, frutas cítricas, alimentos condimentados, café e bebidas alcoólicas estão entre os principais fatores relacionados com o aumento dos sintomas. No entanto, os estudos nessa área ainda são inconsistentes.
A tabela a seguir mostra as associações encontradas entre os sintomas dispépticos específicos e a influência da ingestão de alguns alimentos:
Fonte: Adaptado de Feinle-Bisset & Azpiroz, 2013.