A NA é considerada um mecanismoadaptativo de proteção contra substâncias nocivas, porém pode afetarnegativamente a variedade de alimentos consumidos. Existe uma influencia da genética sobre aspreferências do paladar, contudo, o gosto inato pelo sabor doce e salgado vai sendocomplementado, sendo as preferências modificadas por experiências e fatorescontextuais, nos quais os pais e cuidadores têm um papel importante.
Rodrígues-Tadeoe colaboradores aplicaram um teste sensorial e investigaram 242 crianças de 8 a12 anos quanto aos hábitos e preferências alimentares, NA e aceitação dealimentos comumente consumidos. Encontraram uma prevalência de NA em 16% dascrianças, independentemente da idade e sexo. Além disso, identificaram maior NApara alimentos como frango e lentilhas (p<0,05), frutas, saladas e legumes(p<0,001). Em estudo realizado na Polônia, pesquisadores aplicaram a Escalade Neofobia Alimentar em 325 crianças de 2,5 a 7 anos e identificaram que ascrianças com alto nível de NA eram menos propensas (p<0,05) a comer ovos elegumes e costumavam comer doces e lanches com mais frequência.
Já Ramalho e colaboradores avaliaram o nível de NA de182 crianças de 6 a 12 anos e de seus cuidadores, também utilizando a Escala deNeofobia Alimentar, e observaram que o nível de NA foi maior nos cuidadores doque nas crianças (p<0,001). Percebe-se, então, que este assunto deve ser tratadonão só com as crianças, mas também com seus cuidadores, sobretudo porinfluenciarem o consumo alimentar e estado nutricional das crianças
