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O que é o efeito térmico dos alimentos?

Efeito térmico dos alimentos
Efeito térmico dos alimentos

Fonte: Shutterstock

Quando falamos de obesidade, há alguns fatores envolvidos em seu desenvolvimento, como a pré-disposição genética e fatores associadas à dieta, incluindo a termogênese induzida pela dieta (TID), que alguns pesquisadores acreditam ser reduzida em indivíduos obesos.

Mas o que é termogênese induzida pela dieta?

O efeito térmico dos alimentos (ETA) ou termogênese induzida pela dieta (TID) é a energia gasta para que bebidas ou alimentos consumidos possam ser processados e digeridos pelo organismo. O ETA representa cerca de 10% do gasto energético diário total e está relacionado coma influência da dieta sobre o consumo de O2 e produção de CO2.

Essa termogênese pode variar de acordo com o alimento e quantidade ingerida, já que cada macronutriente tem uma termogênese especifica e a ingestão de alimentos como o café, chá e pimenta pode aumentar esse efeito, além disso, cada macronutriente tem termogênese especifica.

O efeito térmico dos macronutrientes

Diz-se que as proteínas têm uma termogênese maior e mais prolongada que carboidratos e lipídios, porém sabe-se que a oxidação celular dos substratos é determinada pela necessidade do organismo em gerar adenosinatrifosfato (ATP), utilizado nas diferentes funções metabólicas.

Estudos mostram que a proteína apresenta um ETA maior (cerca de 20 a 30%) que o carboidrato (cerca de 5 a 10%) e o lipídio (cerca de 0 a 3%), acreditando-se e que essa diferença se dá devido ao aumento na síntese proteica e no gasto de ATP para a síntese de ligações peptídicas, além do fato de que o organismo não é capaz de armazenar proteínas, o que exige que elas sejam metabolizadas imediatamente após a sua ingestão.

Os carboidratos são metabolizados em glicogênio e utilizados em períodos de vigília, havendo indícios que sua termogênese é ainda menor nos períodos de jejum (como durante o sono), já os lipídios são, em sua maioria, armazenados logo após a sua ingestão, exercendo menor influência sobre o consumo de O2e produção de CO2.

Podemos avaliar a utilização de um substrato através do quoeficiente respiratório não proteico, que é a razão entre o volume de CO2 expirado e volume de O2 inspirado e indica a oxidação de carboidrato e lipídio, enquanto que a oxidação de proteína é independentemente estimada pela excreção de nitrogênio urinário de 24 horas.

Isso explica porque certas dietas e grupos de alimentos estão mais associados ao emagrecimento que outros, como as dietas hiperproteicas e hipolipídicas, contribuindo também a diminuição do risco de reganho de peso.

Veja também: Suplementação de proteína, dietas hipocalóricas e massa muscular

 

Referência

Ruddick-Collins LC, Flanagan A, Johnston JD, Morgan PJ, Johnstone AM. Circadian Rhythms in Resting Metabolic Rate Account for Apparent Daily Rhythms in the Thermic Effect of Food. J Clin Endocrinol Metab. 2022;107(2):e708-e715.

MELO, Camila Maria de et al. Gasto Energético Corporal: conceitos, formas de avaliação e sua relação com a obesidade. Arq Bras Endrocrinol Metab, São Paulo, v. 3, n. 52, p. 452-464, jan. 2008.

CARBALHO, G. L. de. Termogênese induzida pela dieta: revisão. Trabalho de conclusão do curso de Nutrição da Universidade de Brasília- UnB, para obtenção do título de bacharel em Nutrição. Brasília, 2015.

HERMSDORFF, H.H.M; VOLP, A.C.P; BRESSAN, J. O perfil de macronutrientes influencia a termogênese induzida pela dieta e a ingestão calórica. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, 2007.

RUDDICK-COLLINS, L. C. et al. Methodological considerations for meal-induced thermogenesis: measurement duration and reproducibility. British Journal of Nutrition, 2013.

 

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