Um estudo conduzido por pesquisadores norte-americanos demonstrou que o peso corporal paterno pode afetar o desenvolvimento mamário e risco de câncer de mama nas filhas.
Pesquisadores realizaram um estudo no qual alimentaram camundongos machos com uma dieta normal (controle) ou uma dieta de indução de obesidade, antes do acasalamento com camundongos fêmeas com peso normal. Os pesquisadores analisaram o tecido mamário e as taxas de câncer de mama entre a prole feminina.
O estudo comparou filhotes fêmeas de camundongos que estavam com peso corporal normal no momento da concepção com filhotes fêmeas de camundongos que estavam acima do peso.
Os resultados demonstraram que os filhotes fêmeas de pais acima do peso tinham atrasado o desenvolvimento do tecido mamário e eram mais propensos a desenvolver câncer de mama.
Ao analisar o esperma de pais obesos, a equipe descobriu que ele tinha um microRNA (miRNA) com assinatura alterada – fios moleculares que regulam a expressão do gene. A mesma expressão miRNA alterada foi encontrada no tecido da mama de sua prole feminina.
“Aqui demonstramos que o sobrepeso paterno na concepção pode reprogramar epigenéticamente a linhagem germinativa do pai e modular o peso corporal da prole no nascimento, assim como a probabilidade de desenvolver câncer de mama”, concluem os autores. “ O peso e os padrões dietéticos ancestrais podem desempenhar um papel importante na determinação dos resultados de risco de câncer de mama em mulheres nessas populações e precisam ser mais investigados”, afirmam.