Um estudo publicado no British Medical Journal, concluiu que a obesidade está ligada a 11 diferentestipos de câncer. O estudo, que foi subsidiado pelo World Cancer Research Fund International, consistiu em uma revisãogeral de revisões sistemáticas ou metanálises de estudos observacionais queanalisaram as medidas de obesidade (como o índice de massa corporal [IMC],ganho de peso e circunferência da cintura) e 36 tipos de câncer e seus subtipos.
Os resultados demonstraram que 204 metanálisesinvestigaram associações entre sete índices de adiposidade e desenvolver oumorrer de 36 tipos de câncer primários e seus subtipos. Das 95 metanálises queincluíram estudos de coorte e utilizaram uma escala contínua para medir aadiposidade, apenas 12 (13%) associações de nove cânceres foram apoiadas porfortes evidências.
Um aumento no índice de massa corporal foi associado a ummaior risco de desenvolver adenocarcinoma esofágico; câncer de cólon e reto emhomens; sistema do trato biliar e câncer de pâncreas; câncer do endométrio emmulheres pré-menopáusicas; câncer de rins e mieloma múltiplo.
O ganho de peso foi associado com maiores riscos decâncer de mama pós-menopausa em mulheres que nunca fizeram terapia de reposiçãohormonal e a razão circunferência da cintura e quadril foi associada a maiorrisco de desenvolver câncer de endométrio.
O aumento do risco de desenvolver câncer para cada 5 kg /m² de aumento no IMC variou de 9% para o câncer retal entre homens a 56% paracâncer do sistema hepato-biliar. O risco de câncer de mama pós-menopausa entreas mulheres que nunca usaram terapia de reposição hormonal aumentou em 11% paracada 5 kg de ganho de peso na idade adulta e o risco de câncer de endométrioaumentou em 21%.
Cinco associações adicionais foram apoiadas por fortesevidências quando medidas categóricas de adiposidade foram incluídas: ganho depeso com câncer colorretal; índice de massa corporal com vesícula biliar,cardia gástrica e câncer de ovário e mortalidade por mieloma múltiplo.
Embora a associação da adiposidade com o risco de câncertenha sido amplamente estudada, as associações de apenas 11 tipos de câncer(adenocarcinoma esofágico, mieloma múltiplo e câncer de cardia gástrica, cólon,reto, sistema biliar, pâncreas, mama, endométrio, ovário e Rim) foram apoiadospor fortes evidências. Outras associações podem ser genuínas, mas subsiste umaincerteza substancial. “A obesidade está se tornando um dos maiores problemasda saúde pública. As evidências sobre a força dos riscos associados podempermitir uma seleção mais fina das pessoas com maior risco de câncer, quepoderiam ser alvo de estratégias de prevenção personalizadas”, afirmam osautores.