Pesquisadores brasileiros observaram que os fatores associados à incapacidade de atingir as recomendações para pelo menos um micronutriente em crianças recebendo nutrição enteral durante sua permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) são: desnutrição, doença cardíaca, uso de drogas alfa-adrenérgicas e terapia de substituição renal.
Publicado na revista Nutrition, o estudo analisou prospectivamente 260 casos, correspondendo a 206 pacientes que receberam alimentação por sonda enteral por um tempo mínimo de 3 dias a 10 dias, durante os primeiros 10 dias de permanência na UTI. O consumo individual foi comparado com a exigência média estimada (EAR) e os valores de ingestão adequada (AI). A variável de desfecho foi definida como não cumprir a ingestão recomendada de zinco, selênio, colecalciferol e tiamina.
O primeiro resultado encontrado pelos pesquisadores diz respeito ao cumprimento das recomendações. Eles observaram que as recomendações para o zinco não foram atingidas em 153 (58,85%) casos e para o selênio em 246 (94,62%) casos; sobre colecalciferol e tiamina, as recomendações não foram atingidas em 246 (94,62%) e 133 (51,15%) casos, respectivamente.
De acordo com os autores, tais fatores estão muitas vezes relacionados com baixo peso dos pacientes, restrição da ingestão de fluido, ou a gravidade clínica da doença. Os pacientes afetados por essas condições devem ser considerados em risco de desenvolver deficiência de micronutrientes.
“Desnutrição, doença cardíaca, uso de drogas alfa-adrenérgicas, e terapia de substituição renal são fatores associados à falha em cumprir as recomendações para pelo menos um micronutriente em crianças recebendo nutrição enteral durante a sua permanência na UTI”, concluem os autores. “Esperamos que nossos resultados contribuam para novas pesquisas sobre a prevalência de consumo inadequado de micronutrientes e deficiência em pacientes internados em UTI pediátrica”, afirmam.