3534 participantes de 18 anos (Coortede Nascimentos de Pelotas – 1993) responderam questionário eletrônico defrequência alimentar semi-quantitativo. 88 itens foram agrupados em 45 gruposalimentares e foram oferecidas oito opções de frequência alimentar. Asinformações foram agrupadas em quatro tipos de padrão alimentar: dieta rica emprodutos cárneos, incluindo carnes processadas e fast foods (DC); dieta rica emfrutas, legumes e leguminosas (DV); dieta rica em doces, refrigerantes elácteos (DD); Dieta rica em feijão preto, açúcar refinado, margarina/manteiga,arroz branco e pão branco (Dieta Brasileira – DB).
Os resultados identificaram que meninasapresentaram concentrações lipídicas médias significativamente maiores que osmeninos. Para as meninas, dieta DC foi associada a menores valores deHDL-colesterol, dieta DD foi associada a maiores valores de triglicérides, edieta DB foi associada a menores valores de colesterol total e triglicérides.Para os meninos, a dieta DB foi associada a menor concentração de colesteroltotal e LDL-colesterol.
Os autores discutiram que osbenefícios encontrados com a adoção da DB podem ser explicados pelo fato de queo padrão alimentar foi construído com base na frequência de consumo, e não naquantidade de alimentos consumidos. Também, esse padrão caracterizou-se por altoconsumo de feijões, fonte fibra insolúvel, e menor consumo de alimentos ricosem gordura saturada.
Concluiu-se que existe associaçãoentre padrões dietéticos e lipídios sanguíneos em adolescentes brasileiros,desde o nascimento até os 18 anos de idade, o que enfatiza a importância ecompreender os padrões alimentares desse público e de adotar estratégias paraincluir alimentos tradicionais em suas dietas.