Pessoas diagnosticadas com a doença celíaca são quase duas vezes mais propensas a fraturar um osso, de acordo com uma metanálise publicada na revista The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.
Pesquisadores da Finlândia e do Reino Unido analisaram 16 estudos que compararam a incidência de fraturas ósseas entre as pessoas com e sem diagnóstico de doença celíaca. Em estudos que analisaram um ponto no tempo, as pessoas com doença celíaca tinham quase duas vezes mais probabilidade de ter tido uma fratura óssea no passado. Em estudos que seguiram as pessoas ao longo do tempo, aqueles que foram diagnosticados com doença celíaca no início tinham cerca de 30% mais probabilidade de sofrer uma fratura óssea e 69% mais propensos a ter uma fratura de quadril do que outros.
Os autores afirmam que a doença afeta a absorção de nutrientes no intestino delgado, o que poderia levar a uma má absorção de vitamina D e cálcio e consequentemente, interferir na formação óssea. Outras possibilidades para explicar a conexão com fraturas incluem alterações hormonais ou uma dieta livre de glúten, o que muitas vezes é pobre em minerais.
“Os resultados da nossa meta-análises sugerem que a doença celíaca está associada com um risco aumentado de fraturas ósseas. No entanto, mais pesquisas seriam necessárias para determinar se esta associação é específica para determinados ossos ou para todos tipos de fraturas”, concluem os autores. Temos demonstrado que uma dieta sem glúten, juntamente com a reposição de cálcio e vitamina D, quando necessária, resulta em melhoria na densidade óssea, por isso, todos os pacientes recém-diagnosticados com doença celíaca devem ser, rotineiramente, submetidos a um exame de densidade óssea”, afirmam.