Estudo publicado na revista JAMA avaliou a magnitude dos resultados em saúde mental e fatores associados entre 34 profissionais de saúde que trataram pacientes expostos ao COVID-19 na China. Foram utilizadas ferramentas validadas para avaliar sintomas de depressão, ansiedade, insônia e angústia e os possíveis fatores de risco associados à estes sintomas. Foram também coletados dados demográficos destes voluntários.
Responderam à pesquisa 1257 profissionais, sendo 39,2% médicos e 60,8% enfermeiros, sendo que do total 60,5% trabalhavam em Wuhan e os demais em províncias próximas. Os participantes tinham idade entre 26 e 40 anos e a maioria era mulher (76,7%) e 41,5% eram profissionais alocados para cuidar exclusivamente de pacientes de COVID-19. Uma considerável proporção destes profissionais apresentou sintomas de depressão (50,4%), ansiedade (44,6%), insonia (34,0%) e angústia (71,5%). Enfermeiros, mulheres, que trabalhavam na linha de frente e em Wuhan experienciaram níveis mais severos destes sintomas e os profissionais de hospitais secundários reportaram sintomas mais severos que os trabalhadores de hospitais terciários, os maiores escores nas escalas de sintomas psiquiátricos.
Dessa maneira, os autores concluíram que médicos e enfermeiros em hospitais que assistem pacientes com COVID-19 na China relataram altas taxas de sintomas de depressão, ansiedade, insônia e angústia. Proteger os profissionais de saúde é um componente importante das medidas de saúde pública para combater a epidemia de COVID-19. Intervenções especiais para promover o bem-estar mental desses profissionais precisam ser
implementado imediatamente, com uma atenção especial as mulheres, enfermeiras e trabalhadores da linha de frente.