Estudo avaliou se certos comportamentos adolescentes estariam associados a marcadores de adiposidade total e abdominal e se o tempo de sono influenciaria na associação da não realização de desjejum, atividade física e comportamentos sedentários com a obesidade total (OT) e abdominal (OA).
Foram incluídos no estudo adolescentes entre 14 e 18 anos e foram coletados peso, altura, circunferência da cintura (CC) e do quadril (CQ), calculados IMC e razão cintura-quadril (rCQ), e realizado o questionário de comportamentos relacionados ao balanço energético (CRBE), que continha dados sobre atividade física, comportamentos sedentários, informações acerca da realização do desjejum, e tempo de sono.
Após ajuste de potenciais vieses, houve uma associação positiva entre pular o desjejum e comportamentos sedentários com indicadores de obesidade (IMC, CC e rCQ), sendo maior essa associação com a CC. Nos meninos brasileiros houve uma relação negativa entre dormir menos de 8 horas por dia e o IMC, sendo que menos sono foi protetor para a obesidade total (β = −0,93 kg / m2; IC 95%: -1,80; −0,07). Entre as garotas europeias, mesmo quando dormiam tempo suficiente (≥8h/dia), houve um aumento dos indicadores de OT e OA quando elas pulavam o desjejum e tinham comportamentos sedentários (>2h/dia). Entre os meninos europeus e brasileiros, houve associação de indicadores de obesidade com o fato de pularem o café da manhã, independente da duração do sono. Além disso, os meninos europeus que dormiam adequadamente e pulavam o café da manhã tinham um aumento da CC, enquanto o índice de massa corporal IMC aumentava nos meninos brasileiros. A atividade física não apresentou associação com a obesidade.
Assim, os autores concluíram que pular o desjejum foi o comportamento mais prevalente associado à obesidade entre meninos europeus e brasileiros e meninas europeias, mesmo após a estratificação pelo tempo de sono. Esse comportamento foi associado a obesidade total e abdominal.
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