As bifidobactérias, pertencentes ao gênero Bifidobacterium, são bactérias que fazem parte da microbiota do trato gastrintestinal inferior do ser humano e não apresentam nenhuma patogenicidade. As bifidobactérias mais estudadas e utilizadas como probióticos são das espécies Bifidobacterium bifidum, B. breve, B. lactis e B. longum.
Muitos são os benefícios das bifidobactérias para a saúde humana, durante o aleitamento materno, no fortalecimento do sistema imune, na dermatite atópica, doenças inflamatórias crônicas do intestino, síndrome do intestino curto, vários tipos de diarréia, no metabolismo lipídico e reduzindo as taxas de colesterol.
Crianças amamentadas ao seio apresentam níveis populacionais mais altos destas bactérias, quando comparadas com crianças alimentadas com fórmulas infantis. As bifidobactérias utilizam os oligossacarídeos do leite humano como fonte de energia e instalam-se no tubo digestório do recém-nascido, que se beneficia com a presença delas, que agem contra os microorganismos patogênicos do gênero Clostridium.
As bifidobactérias aumentam várias funções imunes, entre elas a ativação de linfócitos, de macrófago e produção de anticorpos. Estudiosos encontraram aumento na fagocitose de E. coli in vitro após uso de leite fermentado por B. bifidum. Também foi observado que o peptideoglicano da parede de B. thermophilium possui a capacidade de estimular a resposta imune não específica, como por exemplo, potencializando a fagocitose de neutrófilos, aumentando a capacidade de defesa inicial contra infecção. Shu e col. encontrou que camundongos alimentados com leite preparado com B. lactis foram protegidos contra infecções com Salmonella sorovar typhimuruim.
Em crianças com dermatite atópica, a microbiótica intestinal possui um número reduzido de bifidobactérias. Um estudo tratou 27 lactentes com fórmula infantil suplementada com B. lactis e estas apresentaram dermatite atópica leve, pois o probiótico induziu ao controle precoce das informações alérgicas.
Um estudo francês mostrou benefícios da ingestão de leite fermentado contendo B. animalis em pacientes com síndrome do intestino irritável com constipação. Após seis semanas de consumo, os pacientes relataram melhora no desconforto abdominal e aumento na freqüência das evacuações.
Vários estudos comprovam o papel benéfico dos probióticos na prevenção e no tratamento da diarréia, seja associada ao uso de antibióticos, na diarréia infantil (rotavírus), na diarréia do viajante, entre outras.
Alguns estudos apontam que os probióticos podem auxiliar no controle do colesterol, diminuindo os níveis de LDL do plasma indiretamente, uma vez que promovem a desconjugação ou dehidroxilação dos sais biliares. Isso faz com que novos sais biliares sejam produzidos, já que os que foram desconjugados ou dehidroxilados não poderão ser reutilizados pelo organismo. Dessa maneira, ocorre a diminuição da taxa de colesterol sérico, já que estes novos sais biliares são produzidos a partir do colesterol.