Ainda não existe método de avaliação nutricional considerado padrão-ouro para pacientes com doença hepática crônica. No entanto, um ensaio clínico que comparou a sensibilidade e a especificidade dos métodos tradicionais de avaliação nutricional com a análise de composição corporal em pacientes com cirrose, demonstrou que a bioimpedância (BIA) multicompartimental aumentou significativamente a prevalência do diagnóstico de desnutrição em relação a outros métodos como avaliação subjetiva global (ASG), antropometria e exames bioquímicos, principalmente nos indivíduos com doença hepática leve e moderada.
Em pacientes cirróticos, a avaliação da força muscular pode ser utilizada como alternativa para avaliação da resposta à terapia nutricional, embora seja considerada pouco específica para diagnosticar desnutrição por sofrer interferência de outros fatores, como neuropatia periférica e alterações metabólicas.
Diante desse cenário, a diretriz de terapia nutricional nas doenças hepáticas crônicas e insuficiência hepática da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral recomenda utilizar os métodos tradicionais para avaliação do estado nutricional como exame físico, AGS, força muscular, impedância bioelétrica e antropometria completa naqueles pacientes sem evidência clínica de retenção hídrica (edema e ascite). Além disso, sugerem acrescentar a bioimpedância multicompartimental e os indicadores compostos, como o índice de Maastricht (IM) e o índice de risco nutricional (IRN) para aumentar a sensibilidade e a especificidade do diagnóstico nutricional.