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Quais são as consequências nutricionais do tratamento quimioterápico?

O tratamento quimioterápico pode induzir o ganho ou perda ponderal de peso corporal e ainda algumas deficiências nutricionais específicas, como deficiência de ferro e magnésio.

Um estudo descritivo que avaliou o perfil nutricional de pacientes com câncer em tratamento quimioterápico (QT) demonstrou que apesar da prevalência de excesso de peso observada, grande parte dos pacientes apresentou depleção proteica, além de não atingirem as necessidades energéticas e de cálcio. Algumas medicações normalmente utilizadas em conjunto com a quimioterapia podem mascarar a desnutrição nesses pacientes.

Os corticosteroides podem ser utilizados como parte integrante da QT, visando minimizar náuseas, vômitos, mialgias e reações alérgicas. O uso desse medicamento, principalmente se por tempo prolongado, causa alterações metabólicas que levam a retenção hídrica, diminuição da massa muscular e aumento da gordura corpórea. No tratamento de algumas neoplasias, tais como adenocarcinoma de próstata ou o carcinoma de mama, emprega-se a supressão dos hormônios sexuais como uma das formas de tratamento, o que pode gerar uma alteração no metabolismo podendo levar ao ganho de peso e modificações na composição corpórea.

Além disso, tanto o processo da doença como seu tratamento podem levar à desnutrição proteico-calórica grave.

Alguns medicamentos utilizados na QT apresentam a anorexia como evento adverso, que é o sintoma mais comum entre os pacientes com neoplasia e a causa principal de decréscimo na ingestão de nutrientes, desencadeando a desnutrição e a inanição progressiva. Além disso, náuseas e vômitos podem ocorrer tanto por alterações no TGI quanto por ação central dos medicamentos.

Os eventos adversos induzidos pela QT sobre o TGI secundariamente levam a vícios alimentares, com a tendência a uma dieta pobre em proteínas e com baixo teor de ferro. Da mesma forma, o tratamento quimioterápico mielotóxico interfere na produção de eritrócitos, podendo causar uma anemia secundária ao tratamento, que gera um estímulo para eritropoiese. Esse conjunto de fatores leva à ferropenia, que é a deficiência nutricional específica mais frequentemente observada em pacientes sob QT.

O tratamento quimioterápico com compostos de platina pode levar a quadros de hipomagnesemia, manifesta por sintomas difusos e inespecíficos, dificilmente reconhecidos na avaliação rotineira.
Muitas outras deficiências de oligoelementos podem estar associadas à neoplasia ou ao tratamento antineoplásico. As mais frequentes são a deficiência de níquel e zinco.

 

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