Ícone do site Nutritotal PRO

Quais são as estratégias nutricionais para pacientes com sarcopenia?

A sarcopenia é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva e generalizada da força e massa muscular, que ocorre em consequência do envelhecimento. Neste sentido, diversos estudos têm demonstrado que a atividade física (em particular o exercício de resistência) e intervenções nutricionais específicas podem melhorar a força e massa muscular em idosos. As estratégias nutricionais têm o foco de utilizar alguns nutrientes com a capacidade de promover o anabolismo proteico muscular e/ou prevenir a perda muscular.

Os nutrientes mais estudados na sarcopenia são vitamina D, leucina, hidroximetilbutirato (HMB) e ácidos graxos ômega-3, conforme mencionados a seguir:

Vitamina D:
A vitamina D participa de diversos processos metabólicos do músculo, sendo a fraqueza muscular um sintoma típico associado com sua deficiência. A síntese de proteínas e o consequente crescimento de células musculares esqueléticas são ativados por receptores de vitamina D. Os estudos sugerem que os baixos níveis sanguíneos de vitamina D causam redução do processo de anabolismo muscular. Além disso, a deficiência de vitamina D está envolvida na diminuição da secreção de insulina e aumento da degradação muscular. Alguns estudos clínicos demonstraram que a suplementação com vitamina D (800 UI de vitamina D, administrada em indivíduos com 65 anos ou mais) aumentou consideravelmente a força muscular após 2 a 12 meses de tratamento.

Leucina:
Os aminoácidos essenciais regulam diversos processos celulares, em particular, a taxa de síntese e degradação de proteínas. Essas evidências têm sido relacionadas particularmente para o aminoácido leucina. Um estudo comparou os efeitos de uma dose única de aminoácidos de cadeia ramificada (6,7 g) com diferentes quantidades de leucina (2,8 contra 1,7 g de leucina) sobre a síntese proteica pós-prandial em idosos. Os pesquisadores encontraram que os indivíduos suplementados com a dose mais elevada apresentaram um aumento significativo na síntese proteica em comparação com os indivíduos suplementados com uma dose mais baixa de leucina. Esses resultados sugerem que a suplementação de leucina tem potenciais efeitos sobre o metabolismo muscular em idosos e que há uma dose mínima que exerça esses efeitos. Até o momento, entretanto, não há evidências conclusivas de que a suplementação de leucina seja capaz de aumentar a massa muscular ou a força muscular em idosos.

Hidroximetilbutirato (HMB):
HMB é um metabólito do aminoácido leucina que tem sido estudado por sua capacidade de estimular o ganho de massa muscular. Estudos recentes demonstram que o HBM pode também proteger e reestruturar o músculo nos indivíduos com maior risco de lesão muscular e/ou que apresentam grande perda de massa magra. Estudos experimentais avaliam que as propriedades anticatabólicas do HMB estão relacionadas com a capacidade de estabilizar a membrana da célula muscular, modular a degradação de proteínas e estimular a síntese proteica. No geral, os resultados demonstram que o HMB, sozinho ou como parte de uma mistura de aminoácidos em nutrientes, reconstruiu a massa corporal magra e melhorou a síntese de proteínas em pacientes de cuidados a idosos e críticos. Esses estudos demonstraram um bom perfil de segurança para a suplementação de HMB e recomendam uma dose diária eficaz de 3 g/dia.

Ácidos graxos ômega-3:
Algumas evidências sugerem que o ômega-3 pode ser também um agente terapêutico potencialmente útil para o tratamento e prevenção da sarcopenia.  O estudo publicado por Smith e colaboradores, avaliou em 16 idosos saudáveis a suplementação de ômega-3 durante oito semanas, na quantidade de 4 g/dia (contendo 1,86 g de ácido eicosapentaenóico [EPA] e 1,50 g de ácido docosahexanoico [DHA]). Os pesquisadores observaram que a suplementação estimulou a síntese de proteína muscular, confirmando o efeito benéfico desse nutriente para indivíduos com sarcopenia.

Leia mais:

O que é sarcopenia?

Confira também o nosso Fórum sobre o HMB

Sair da versão mobile