O resveratrol é um pequeno composto polifenólico (pertencente à família dos estilbenos), produzido naturalmente por diversas plantas para se protegerem do ataque de microrganismos patogênicos, como bactérias ou fungos. Esse composto bioativo (CBA), mais conhecido como o principal componente de uvas e vinho tinto, tem ganhado destaque na literatura científica por suas propriedades no antienvelhecimento, anticancerígenas, anti-inflamatórias, antioxidante e propriedades protetoras do sistema cardiovascular.
A atividade anti-inflamatória do resveratrol parece ser a característica fundamental do seu mecanismo de ação. Pesquisas realizadas em modelos experimentais, in vitro e in vivo, tem demonstrado que o resveratrol tem a capacidade de reduzir os níveis de biomarcadores pró-inflamatórios, tais como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), interleucina (IL)-1, IL-1beta e IL-2, IL-6 e IL-10.
Também em estudos in vitro e in vivo, verifica-se o potencial efeito quimiopreventivo em relação a diversos tipos de câncer, incluindo mama e cólon. O resveratrol também é capaz de fornecer neuro e cardio proteção, que tem sido atribuído, em parte, a um efeito anti-hipertensivo e hipolipemiante.
Outros efeitos proeminentes do resveratrol são o controle da glicemia, efeito antiobesidade e diminuição do acúmulo de lipídios no fígado, podendo ser promissor no tratamento e prevenção de diabetes, obesidade e esteatose hepática.
No estudo de Timmers e colaboradores, indivíduos obesos receberam uma dose diária de 150 mg de resveratrol durante quatro semanas, em que foi demonstrada uma melhora significativa na sensibilidade à insulina e regulação da pressão arterial. Além disso, este estudo demonstrou alterações favoráveis na redução de triglicerídeos sanguíneos, biomarcadores inflamatórios e melhora da função hepática. Em outro estudo, realizado por Konings e colaboradores, a suplementação também com 150mg de resveratrol/dia, durante quatro semanas, reduziu o tamanho dos adipócitos e diminuiu a lipogênese em homens obesos.
Apesar das evidências sobre as atividades farmacológicas do resveratrol, não está claro como ela atinge os locais de ação, após ingestão oral, especialmente em humanos, pois poucos estudos clínicos foram realizados.
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