Diversos estudos demonstram que os fitoestrógenos, compostos derivados de plantas que apresentam semelhanças tanto químicas quanto funcionais ao hormônio estrógeno, apresentam efeitos benéficos na prevenção da aterosclerose, osteoporose e câncer.
As três principais classes dos fitoestrógenos são as isoflavonas, as lignanas e os coumestanos. As isoflavonas são os fitoestrógenos mais estudados, estando presentes em grandes quantidades na soja e seus derivados. As lignanas são constituintes da parede celular vegetal, sendo a sua principal fonte a linhaça. Os coumestanos, por sua vez, estão presentes em brotos de feijão, soja e alfafa.
Estudos demonstram que as isoflavonas diminuem os níveis plasmáticos das lipoproteínas de baixa densidade (LDL-colesterol) e podem aumentar os níveis plasmáticos de lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol), explicando, portanto, seus efeitos preventivos na aterosclerose. Além disso, os fitoestrógenos possuem várias propriedades biológicas que sugerem efeitos potenciais no tratamento da síndrome metabólica. Esses efeitos estão relacionados à ativação de receptores nucleares que controlam o metabolismo lipídico, como os receptores ativadores de proliferação de peroxisomas (PPAR-alfa e PPAR-gama). O PPAR-alfa ativa genes da lipólise e o PPAR-gama controla genes da lipogênese e diferenciação do tecido adiposo.
As evidências da ação dos fitoestrógenos na osteoporose ainda são preliminares. Estudos em ratos de laboratório demonstraram que tanto as isoflavonas quanto os coumestanos possuem efeitos promissores na redução da osteoporose por aumentar a densidade mineral óssea, mas a eficácia parece depender da dose, via e duração da administração dos fitoestrógenos.
Outra atividade bastante estudada dos fitoestrógenos é sua ação antioxidante, em que os estudos in vivo demonstram efeitos benéficos desses compostos em condições clínicas em que o estresse oxidativo é o principal mecanismo fisiopatológico, como arteriosclerose, doença de Alzheimer, Parkinson, entre outras.
Os fitoestrógenos vêm sendo extensivamente estudados no câncer e estão associados com a prevenção do câncer de mama, próstata, endométrio e coloretal. A genisteína, a principal isoflavona com atividade anticarcinogênica, favorece a apoptose da célula tumoral, inibe mecanismos de proliferação celular, da angiogênese e do desenvolvimento de metástases. Entretanto, é importante ressaltar que a maior parte dos estudos com os fitoestrógenos é realizada in vitro ou in vivo e os efeitos observados nem sempre podem ser extrapolados para humanos.
Portanto, as aplicações clínicas do fitoestrógenos ainda permanecem promissoras, sendo necessários mais estudos para determinar a quantidade e o tempo de consumo ideal para a prevenção e tratamento de doenças.
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