A geleia real é uma substância produzida pelas glândulas hipofaríngeas e mandibulares de abelhas operárias (Apis mellifera) entre o sexto e o décimo segundo dias de vida e é um alimento essencial para o desenvolvimento das abelhas rainha. É uma substância complexa que contém uma combinação de proteínas (12-15%), carboidrato (10-12%), lipídios (3-7%), aminoácidos livres, vitaminas e minerais. Além disso, contém diversos compostos bioativos, sendo o ácido 10-Hidróxi-2-decenoico (10-HDA), um ácido graxo, característico da geleia real.
Estudos in vitro e in vivo têm demonstrado que a geleia real possui propriedades benéficas para promover a saúde humana, como a capacidade de regular a pressão arterial, anti-hipercolesterolêmica, anti-inflamatória, antitumoral, antioxidante, modular hormônios sexuais e da composição corporal. Além disso, alguns estudos sugerem que a geleia real exerce efeitos benéficos sobre o metabolismo energético, com potencial efeito termogênico, e inibição da atividade da enzima lipase pancreática que, consequentemente, reduz a absorção de gorduras.
Pourmoradian e colaboradores realizaram um estudo clínico duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, com 50 mulheres diabéticas com sobrepeso. Os pesquisadores forneceram 1000 mg de geleia real liofilizada em cápsulas, uma vez por dia após o almoço durante 8 semanas. Após as 8 semanas de suplementação houve redução significativa de peso corporal e aumento de massa corporal magra. Outro estudo demonstrou que a geleia real em jovens jogadores de futebol levou a um aumento significativo da massa muscular e diminuição significativa da massa de gordura após 8 semanas de suplementação.
Morita e colaboradores realizaram um estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, com 61 voluntários saudáveis com idades entre 42 a 83 anos. Os participantes foram aleatoriamente divididos em dois grupos: grupo geleia real (n = 31) e um grupo controle (n = 30). Os indivíduos do grupo geleia real receberam 3000 mg de geleia real diariamente durante 6 meses. Os pesquisadores observaram que após os seis meses de suplementação houve melhora da tolerância à glicose, saúde mental e eritropoiese (formação de eritrócitos).
Entretanto, a prescrição da suplementação de geleia real deve ser criteriosa e com base em avaliação minuciosa do paciente, pois existem relatos na literatura de que indivíduos sensíveis aos seus componentes podem apresentar reações alérgicas significativas, incluindo asma e anafilaxia (reação alérgica sistêmica).