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Quais são as recomendações sobre o consumo de ovos para o controle da colesterolemia?

De acordo com a I Diretriz sobre Gorduras e Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o consumo de colesterol alimentar deve ser menor que 300 mg/dia para auxiliar no controle da colesterolemia e essa diretriz recomenda que a ingestão de ovo deve ser moderada (até 1 por dia) para a população em geral.

O ovo, além de conter proteína de alto valor biológico, possui diversos micronutrientes importantes, como folato, riboflavina, selênio, colina e vitaminas A, D, E, K e B12, além de ferro, fósforo, cálcio, magnésio, sódio, potássio, cloro, iodo, manganês, enxofre, cobre e zinco. Também possui compostos bioativos antioxidantes, como luteína e zeaxantina. Entretanto, também é fonte de gorduras saturadas e colesterol. Ressalta-se que os lipídios, minerais e vitaminas estão presentes quase que totalmente na gema, sendo a clara constituída especialmente pelas proteínas.

A gema de ovo é a principal fonte de colesterol dietético com uma média de 200  mg de colesterol em um ovo, que dependendo do tamanho, pode conter de 50 a 250 mg de colesterol.

Segundo a SBC a recomendação sobre o consumo de ovos tem sido revista, devido aos diferentes efeitos encontrados nos indivíduos. Pesquisas sugerem que a grande quantidade de nutrientes presentes no ovo pode contribuir para controlar a colesterolemia. Njike e colaboradores realizaram um estudo em 40 adultos hiperlipidêmicos que não haviam sido tratados com medicamentos hipolipemiantes. Os pesquisadores observaram que o consumo de dois ovos por dia durante seis semanas não foram prejudiciais para a função endotelial e para o aumento de lipídios séricos.

Outro estudo investigou em 60 indivíduos a relação entre o consumo adicional de três ovos por dia em indivíduos com hiperlipidemia, tratados com medicamentos hipolipemiantes. Os resultados dessa pesquisa sugerem que a adição de três ovos por dia, dentro de um padrão alimentar considerado saudável, aumentou os níveis sanguíneos de HDL-C (lipoproteína de alta densidade) e diminuiu os níveis de LDL-C (lipoproteína de baixa densidade).

Entretanto, há populações que podem se beneficiar da diminuição da ingestão de colesterol dietético, como por exemplo, os indivíduos com diabetes, por possuírem anormalidades no mecanismo de transporte do colesterol. Uma metanálise publicada por Shin e colaboradores demonstrou que o consumo maior que uma unidadede ovo por dia esteve associado com um aumento da incidência de diabetes tipo 2 e aumento de doença cardiovascular entre os pacientes diabéticos.

Portanto, os resultados sobre o consumo de ovos e sua influência sobre a saúde ainda permanecem em investigação. Muitos resultados das pesquisas são mascarados pela forma de preparo do ovo, pois quando é frito ou mexido, há adição de gorduras, aumentando as calorias e dependendo do tipo de gordura, eleva o consumo de colesterol.

Leia mais:

I Diretriz sobre Gorduras e Saúde Cardiovascular

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