Diversos estudos têm demonstrado que a adição de alguns nutrientes no planejamento alimentar de pacientes com doença de Alzheimer (DA) pode beneficiar o tratamento e reduzir a progressão da doença. Além disso, estudos epidemiológicos verificaram que deficiências de alguns nutrientes aumentam o risco de disfunção cognitiva na DA. Os nutrientes mais estudados são aqueles que fazem parte da composição da membrana plasmática neuronal, como a colina, ácidos graxos ômega-3 e o monofosfato de uridina.
Esses nutrientes compõem os fosfolipídios necessários para construir as membranas neuronais e podem ter efeitos benéficos sobre a redução da degeneração sináptica que ocorre na DA. O nutriente mais estudado é o ácido docosahexaenoico (DHA), um membro da família dos ácidos graxos ômega-3. Estudos in vitro e in vivo demonstram que a suplementação de DHA estimula a formação de membranas neuronais.
As vitaminas do complexo B, principalmente B12, B6 e ácido fólico, além do selênio atuam como cofatores na formação das membranas neuronais e sinapses. Outros micronutrientes antioxidantes, como as vitamina C, E e zinco podem contribuir para a redução do estresse oxidativo e melhora do sistema imunológico de pacientes com DA.
Neste sentido, os estudos demonstram um efeito benéfico com uma abordagem múltipla, a partir da suplementação de todos esses micronutrientes. Estudos clínicos recentes verificaram que o uso de suplementos contendo esses nutrientes essenciais podem melhorar o desempenho da memória em pacientes com DA leve. Entretanto, outros estudos necessitam ser realizados para avaliar os efeitos de intervenção nutricional em estágios mais avançados da DA.