Com objetivo de avaliardiferentes protocolos de orientação nutricional, Eswaran e colaboradoresrealizaram estudo para verificar se a dieta pobre em FODMAPS (restrição daingestão de oligo, di e monossacarídeos e polióis fermentáveis) seria maiseficiente na melhora geral e individual dos sintomas em pacientes com SIIquando comparada à dieta baseada em diretrizes do Health and Care Excellence guidelines (mNICE) (eliminação dealimentos desencadeantes, refeições programadas e redução no consumo de cafeínae gorduras).
Foi realizado um ensaio randomizado controlado de um único centro compacientes adultos com SII (critério Roma III). Foram randomizados 92indivíduos, sedo que 84 completaram o estudo. Após um período de 2 semanas paraavaliação da severidade dos sintomas, os pacientes elegíveis foram randomizadospara uma dieta baixa em FODMAP (n=45) ou mNICE (n=39) durante 4 semanas. Foramavaliados sintomas individuais de dor abdominal, inchaço, urgência evacuatória,consistencia das fezes e frequencia evacuatória.
Ao inicio do estudo não houve diferença entre os grupos em gênero, raça,IMC e sintomas. Após intervenções, 52% do grupo FODMAP e 41% do grupo mNICErelataram alivio dos sintomas da SII. Mais pacientes do grupo FODMAP relataramredução da dor abdominal (51%) em ralação ao grupo mNICE (23%); 42% dos pacientes do grupo FODMAP reportarammelhora da consistência das fezes em comparação à 28% de indivíduos do grupomNICE (p=0,18).
Os sintomas individuais foram comparados com os sintomas ao início doestudo. O grupo FODMAPS apresentou melhora da dor abdominal (p=0,002),consistência das fezes (p=0,02), frequencia evacuatória (p=0,0003) e urgênciaevacuatória (p=0,0018) na primeira semana, sendo que estas permaneceram nodecorrer do estudo. Estas melhoras em relação a dor abdominal, inchaço efrequencia evacuatória não foram observadas no grupo mNICE. Neste grupo houveuma melhora discreta na consistência das fezes (p=0,03) e urgência evacuatória(p=0,01) em relação ao inicio da intervenção. A diferença na maguinitude dossintomas em resposta às dietas baixas de FODMAP e mNICE na semana 4 emcomparação com o período pré intervenção foram melhores para dor abdominal(p=0,0049), distenção (p=0,0019), consistência das fezes (p=0,0092), frequenciaevacuatória (p=0,0003) e urgência evacuatória (p=0,0419).
Assim sendo, os autores concluiram que tanto uma dietapobre em FODMAPS quanto uma dieta com modificações baseadas no protocolo NICEtrouxeram um alivio dos sintomas gerais em 40-50% dos pacientes com SII. Adieta pobre em FODMAPS apresentou mais benefícios nos sintomas individuais deSII que a dieta mNICE.
