A nutrigenômica é a ciência que estuda a influência dos nutrientes na expressão dos genes e como eles regulam os processos biológicos. A nutrigenética, por sua vez, analisa o efeito da variação genética na interação dieta-doença, o que inclui a identificação e caracterização do gene relacionado e/ou responsável pelas diferentes respostas aos nutrientes.
De uma maneira geral, a nutrigenômica surgiu no contexto do pós-genoma humano, sendo seu foco de estudo a interação gene-nutriente, o que inclui também a nutrigenética. Assim, a nutrigenômica estuda os nutrientes e compostos bioativos dos alimentos que influenciam o funcionamento do genoma e as variações no genoma que influenciam a forma pela qual o indivíduo responde à dieta.
Alguns nutrientes e compostos bioativos de alimentos podem atuar em diferentes momentos da expressão gênica, desde o estímulo para que o gene seja expresso, através de um receptor, até as modificações pós-traducionais que podem ocorrer nas proteínas, após terem sido traduzidas.
Os nutrientes e compostos bioativos de alimentos podem alterar a expressão de genes de maneira direta ou indireta. Por exemplo, vitaminas A, D e ácidos graxos apresentam ações diretas, pois ativam receptores nucleares que induzem a transcrição de genes específicos. O resveratrol e a genisteína da soja influenciam indiretamente a transcrição de genes através da inibição de vias de sinalização molecular, como a do fator nuclear kappa B (NFκB).
As variações genéticas que podem modificar a resposta aos nutrientes incluem os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) que podem repercutir em processos como digestão, absorção e metabolismo de nutrientes, como por exemplo, foi recém-descoberto que o SNP no gene CD36/FAT está relacionado com menor concentração sanguínea da vitamina E.
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