O estresse oxidativo é uma condição biológica que decorre da existência do desequilíbrio entre compostos oxidantes e a atuação do sistema de defesa antioxidante, levando ao aumento da produção de radicais livres. Em consequência, ocorre oxidação de biomoléculas, assim, levando a um desequilíbrio na homeostase, o que provoca danos oxidativos contra células e tecidos.
Em condições fisiológicas, aproximadamente 85% a 90% do oxigênio consumido na mitocôndria são metabolizados na cadeia transportadora de elétrons. Todavia, de 2% a 5% do oxigênio metabolizado são desviados para outra via metabólica, e reduzidos de forma univalente, dando origem aos radicais livres. O sistema de defesa antioxidante tem a função de inibir e/ou diminuir a oxidação de forma eficaz, produzida pelos radicais livres, por diferentes mecanismos de ação,como os sistemas de prevenção, varredores e de reparo. A ação antioxidante pode se dar de maneira enzimática e não enzimática.
O sistema de defesa enzimático inclui as enzimas superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase, que agem prevenindo e controlando a formação de radicais livres e espécies não radicais. O sistema de defesa não enzimático é composto por antioxidantes de origem dietética, como a vitamina C, os precursores vitamínicos α-tocoferol e β-caroteno, os minerais zinco, cobre, selênio e magnésio e os carotenoides licopeno, luteína e zeaxantina.
Há diversos fatores que predispõem geração excessiva de radicais livres e,consequente, estresse oxidativo, dentre os quais, destaca-se a dieta desequilibrada, o exercício físico intenso, tabagismo e consumo de álcool.Estudos apontam que alimentação com baixo consumo de alimentos fontes decomponentes antioxidantes, como as frutas, legumes e verduras, pode favorecer o estresse oxidativo, visto que a deficiência de antioxidantes no organismo faz com que a ação dos radicais livres prevaleça, levando a danos celulares.
No organismo do atleta, durante a prática de exercício físico intenso, há um aumento de 10 a 20 vezes no consumo total de oxigênio e um aumento de 100 a 200 vezes na captação de oxigênio pelo tecido muscular, o que favorece o aumento da produção de radicais livres e promove o estresse oxidativo, bem como lesões teciduais e fadiga. A fumaça do cigarro contém espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, com ação nociva sobre as macromoléculas, especialmente sobre os lipídeos. Atuam alterando os marcadores da peroxidação lipídica, oxidam os grupos tióis das proteínas e aumentam os níveis plasmáticos dos grupos carbonila. Além disso, promovem o aumento da geração de compostos que causam danos ao DNA.
Os efeitos do álcool sobre o estresse oxidativo, por meio do metabolismo do etanol, estão diretamente envolvidos na geração de radicais livres, bem como na depleção dos antioxidantes de origem alimentar, entre eles: α-tocoferol, ácido ascórbico e selênio. Em suma, sabe-se que a formação equilibrada dos radicais livres é fisiológica e até necessária em determinados processos, apenas quando há exacerbação de sua síntese, torna-se prejudicial ao organismo. Entretanto parte dos fatores de risco é modificável, e a dieta é, sem dúvida, um fator de grande importância na modulação do estresse oxidativo. Desse modo, o consumo de alimentos fontes de antioxidantes faz-se necessário para melhor qualidade devida e redução dos efeitos deletérios dos radicais livres.