Diversos estudos demonstram que compostos bioativos presentes nos alimentos (CBA) podem interferir na carcinogênese. Evidências sugerem que a quimioprevenção através do consumo de CBA podem reduzir a morbidade e mortalidade por câncer. Alguns exemplos de CBA são o resveratrol presente na uva, o licopeno presente no tomate, a genisteína presente em produtos da soja, os ácidos graxos ômega-3 presentes nos óleos de peixe, o sulforafano presente nos vegetais crucíferos, dentre outros.
O termo quimioprevenção do câncer foi definido por Michael Sporn em 1976, como o uso de compostos naturais ou sintéticos para interromper, reverter ou modular os múltiplos estágios da carcinogênese.
A quimioprevenção é dividida conceitualmente em três partes: prevenção primária, que tem o objetivo de prevenir o início do câncer em indivíduos saudáveis; prevenção secundária, destinada a pacientes portadores de lesões pré-neoplásicas; e prevenção terciária, que visa evitar metástases ou recidivas do câncer e ainda prevenir cânceres secundários em pacientes curados de sua doença inicial.
Os mecanismos moleculares dos CBA na quimioprevenção são:
- Modificação na ativação do carcinógeno por meio da inibição de enzimas responsáveis por sua ativação ou por sequestro de radicais livres e substâncias eletrofílicas;
- Aumento na destoxificação do carcinógeno por induzir a atividade de enzimas destoxificantes;
- Modulação dos processos de reparo do DNA;
- No sequestro de espécies reativas de oxigênio;
- Alteração na expressão de genes envolvidos na sinalização celular, especialmente naqueles relacionados com proliferação celular, apoptose e diferenciação;
- Diminuição da inflamação;
- Melhora da função imune;
- Supressão da angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos que possibilitam a invasão e metástase tumoral).
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