Para o estudo, foram selecionadasmães com DMG e que realizaram consulta pré-natal com até 24 semanas degestação. Os dados sobre as mães e os neonatos foram colhidos em prontuárioshospitalares. A taxa de ganho de peso foi calculada da 18ª a 24ª semana, da 28ªa 30ª semana e antes do parto. Também foram coletados dados sobre uso demedicamentos, insulina, hipoglicemiantes orais e dieta para controle de DMG,HAS, infecções, tipo e detalhes do parto, morbidades e desfechos perinatais ouneonatais. As mulheres foram divididas em 3 grupo: baixo ganho de peso (BGP),ganho de peso normal (GPN), e ganho de peso aumentado (GPA). As variáveisneonatais estudadas foram: peso ao nascer – grande para idade gestacional (peso> 95º percentil), hipoglicemia (65% nas primeiras 48h de vida), uso de formula infantilantes da alta hospitalar, cardiomiopatia hipertrófica diagnosticado porecocardiograma, admissão em unidade de terapia intensiva e duração deinternação hospitalar.
593 mulheres com DMG foramselecionadas. Destas, a maioria (82.5%) necessitou apenas de modificação nadieta alimentar, 0,6% utilizou agentes hipoglicemiantes orais e 16,9% utilizouinsulina durante a gestação. O diagnostico de DMG ocorreu em media na 23,5ªsemana gestacional e a idade materna média foi de 28,5 anos. Entre as mulherescom DMG, 48% eram primigestas. Nesta amostra, 2.2% apresentou baixo peso, 44.2%sobrepeso e 18.5% obesidade pré-gestacionais. A maioria das mulheres apresentouganho de peso aumentado no segundo trimestre (55.6), contra 26.1% queapresentou baixo ganho de peso, sendo a menor taxa a de ganho de peso normal(18.2%). No grupo BGP, o peso ao nascer, comprimento e perímetro encefálico dosneonatos foram significativamente menores que no grupo GPN e houve umatendência a maior número de neonatos pequenos para idade gestacional nasgestantes que tiveram BGP no segundo trimestre gestacional. Em relação ao ganhode peso no terceiro trimestre, a idade gestacional ao parto foisignificativamente menor em mulheres do grupo BGP em relação ao grupo GPN. Asmulheres do grupo GPA apresentaram IMC pré-gestacionais maiores que do grupoGPN e o ganho de peso durante a gestação foi maior em mulheres com sobrepeso(OR 1,76) e obesidade (OR 1,8) pré-gestacionais. No entanto, não houvediferença nas outras variáveis maternas ou neonatais. Complicações neonatais foram influenciadas pelo peso aonascer (OR 1,5) e ganho de peso durante o segundo trimestre (OR 1,26).
Os autores concluíram que emmulheres com Diabetes Gestacional, baixo ganho de peso durante a gestação estáassociado com menor idade gestacional ao nascimento, e complicações neonataisestão relacionadas com peso ao nascer e ganho de peso gestacional no segundotrimestre.