Para isso, foram incluídos 112 participantes (homens e mulheres), com IMC entre 30-45 kg/m2, circunferência da cintura ≥94/80 (homem/mulher), peso estável nos últimos 3 meses, e com um ou mais componentes da síndrome metabólica – triglicérides ≥1.7 mmol/l, HDL ≤1.0/1.3 (homem/mulher), pressão sanguínea≥130/85mmHg ou uso de drogas anti-hipertensivas, ou hemoglobina glicosilada ≥5.6 mmol/l. Os integrantes foram randomizados em grupo de restrição energética intermitente (RI) ou continua (RC). As necessidades nutricionais para ambos os grupos foram calculadas pela formula de Mifflin e multiplicada pelo fator atividade. O grupo de restrição intermitente foi orientado a consumir 400kcal (mulheres) e 600kcal (homens) em dois dias não consecutivos por semana. O grupo RC foi orientado a realizar restrições diárias, de forma que a redução total de energia semanal foi equivalente em ambos os grupos. Todos os indivíduos passaram por um período de seis meses de acompanhamento nutricional para perda de peso, consistindo em 10 consultas, e após esse período ficaram seis meses sem consultas com os profissionais para que fosse avaliada a manutenção da perda de peso.
Foi verificada perda de peso e redução da circunferência da cintura semelhantes entre os grupos (RI 8kg e RC 9kg – p=0,6 e RI 8.7cm e RC9.6cm – p=1.0). Os indivíduos também apresentaram melhora nas medidas de circunferência da cintura, pressão sanguínea, triglicerídeos, HDL e Hb glicada sem diferença de valores entre os grupos. O reganho de peso foi mínimo e também similar entre os grupos (RI 1,1kg e RC 0,4kg – p=0,6). Entretanto, os participantes do grupo RI reportaram escores de fome maiores que os participantes do grupo RC(p=0,002).
Dessa maneira, os autores concluíram que tanto a restrição energética intermitente quanto contínua promove perda de peso, manutenção do peso e melhora de padrões de risco cardiometabólicos semelhante após um ano. Porém,o sentimento de fome pode ser mais pronunciado durante a restrição calórica intermitente.