Estudo conduzido por Cardenas teve como objetivo determinar a prevalência de risco nutricional, a fim de compreender como a avaliação nutricional é rotineiramente realizada e determinar o impacto do risco nutricional nos desfechos de mortalidade e alta hospitalar. Assim, foram utilizados dados do NutritionDay de 2009 a 2015, o qual inclui dados de adultos hospitalizados, como idade, peso, altura, condições clínicas, comorbidades, tipo de terapia nutricional e quantidade de terapia nutricional aceita, além de dados hospitalares como equipe nutricional e estrutura hospitalar. O estado nutricional foi avaliado por ferramenta de avaliação de desnutrição (FAD/MST).
Fizeram parte do estudo 7242 pacientes dos países da américa latina e 7994 pacientes da Colômbia, com uma média de idade de 58 a 62 anos, entre 12% a 15% apresentaram internação na UTI antes do nutritionDay e 5%a 4% morreram em 30 dias de hospitalização. Somente 50% das instituições Colombianas realizavam triagem nutricional do paciente na internação, sendo na maioria (64%) utilizado outras ferramentas, enquanto nos países da America Latina esse número chegava a 80%, 54% das instituições utilizavam a NRS para este fim. Dos países latino-americanos, 79% unidades hospitalares reportaram utilizar protocolos para terapia nutricional enquanto 86% dos hospitais colombianos faziam o mesmo. Dos pacientes que fizeram parte do estudo, 38% dos colombianos e 41% dos latino-americanos foram identificados como em risco nutricional (FAD/MST ≥ 2). Os pacientes com risco nutricional se associaram com mortalidade hospitalar (HR 1,94 ; p<0,001) e com alta hospitalar tardia (HR 0,82 ; p<0,001). O risco de óbito hospitalar aumentou nos pacientes acima de 50 anos (HR 1,65), que necessitam de ajuda para mobilidade (HR 2,18), acamados (HR 3,79) e com câncer (HR 3,14) e reduziu em pacientes cirúrgicos (HR 0,60).
Dessa forma, os autores verificaram que o risco nutricional é altamente prevalente entre os pacientes hospitalizados e a prática de triagem nutricional não é amplamente adotada nas instituições. Pacientes em risco nutricional têm um risco aumentado de morrer no hospital e uma menor chance de receber alta dentro de 30 dias.