Pacientes que apresentam risco para desnutrição na triagem nutricional passam cerca de 1,4 dias a mais internados do que pacientes sem risco, de acordo com estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition.
Trata-se de um estudo observacional transversal conduzido em 2 universidades, 3 hospitais escola, e 8 hospitais gerais. Foram incluídos todos os pacientes com idade ≥18 anos internados a pelo menos 1 dia. Entre 2007 e 2014, foram extraídos dos prontuários dos hospitais dados como idade, tempo de internação, sexo e pontuação de duas ferramentas de triagem nutricional: Mini Avaliação Nutricional (MAN) e Malnutrition Universal Screening Tool (MUST).
No total, 564.063 pacientes foram incluídos, 48% do sexo masculino e 52% do sexo feminino, com idades entre 62 ± 18 anos. Destes, 74% (419.086) foram rastreados pela MAN e 26% pelo MUST (144.977).
Dos 419.086 pacientes rastreados pela MAN, 13,7% dos apresentaram risco para desnutrição e dos 144.977 dos pacientes rastreados pela MUST 14,9% apresentou o mesmo risco. As especialidades médicas com maior porcentagem de desnutridos de acordo com a triagem foram geriatria (38%), oncologia (33%), gastroenterologia (27%), e medicina interna (27%), especialidade médica que avalia o doente adulto no seu todo.
Os pacientes que apresentaram risco nutricional na triagem, tiveram tempo de internação (6,8 dias) maior do que os pacientes que não apresentavam risco (4 dias) (p<0,001). A análise de regressão demonstrou que a pontuação positiva para risco nutricional das duas ferramentas (MAN e MUST) foram significativamente associadas com o tempo de internação [MAN: 1,43 dias (IC 95%: 1,42, 1,44 dias), p<0,001; MUST: 1,47 dias (IC 95%: 1.45, 1.49 dias), p<0,001].
“Este estudo fornece dados de referência sobre a prevalência de desnutrição, incluindo mais de meio milhão de pacientes. Um em cada 7 pacientes foi classificado como desnutrido. Para geriatria, oncologia, gastroenterologia e medicina interna, essa proporção foi ainda maior (1 em cada 3-4). A permanência hospitalar foi de 1,4 dias a mais entre os pacientes desnutridos do que entre aqueles que estavam bem nutridos”, concluem os autores.
