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Síndrome metabólica promove alterações cerebrais em adolescentes

Pesquisadores americanos publicaram na revista Pediatrics um estudo que fornece, pela primeira vez, dados sobre o impacto da síndrome metabólica (SM) no cérebro de adolescentes. A pesquisa constatou uma função cognitiva inferior e redução na integridade estrutural do cérebro de adolescentes com SM, sugerindo que suas consequências podem ser observadas precocemente e não somente em longo prazo.

Neste estudo foram incluídos 111 adolescentes, de 14 a 20 anos de idade, sendo divididos aqueles com SM (n=49) e os saudáveis (n=62). Os critérios para detectar a SM neste estudo foram: (1) obesidade abdominal e circunferência da cintura acima ou igual ao percentil 90, de acordo com a idade e o sexo; (2) baixos níveis de HDL-c (lipoproteína de alta densidade, [<50mg/dL, para mulheres e <40mg/dL para homens); (3) hipertrigliceridemia (triacilglicerois ≥110 mg/dL); (4) hipertensão (para menores de 18 anos, pressão arterial [PA] ≥ percentil 90 para idade, sexo e altura, para aqueles acima de 18 anos, pressão arterial ≥130 x 85 mmHg) ou se estivesse utilizando medicação anti-hipertensiva; (5) resistência à insulina (foi medida pelo Índice Quantitativo de Verificação da Sensibilidade à Insulina [índice QUICKI ≤ 0,350]. Foram feitas análises de ressonância magnética e avaliação neuropsicológica nos participantes.

Os adolescentes com SM tiveram menor desempenho acadêmico (ortografia e aritmética) e tenderam a ter um QI (quociente de inteligência) mais baixo em relação aos adolescentes saudáveis. Eles também tiveram menor pontuação em medidas de atenção e flexibilidade mental. Os grupos não diferiram quanto ao desempenho da memória ou eficiência psicomotora. As análises estruturais demonstraram menores volumes de hipocampo e redução de integridade microestrutural da substância branca cerebral nos adolescentes com síndrome metabólica.

“Esse estudo fornece os primeiros dados sobre o impacto da síndrome metabólica no cérebro de adolescentes. Em vista desses resultados alarmantes, deve-se promover uma intervenção precoce e abrangente em adolescentes com síndrome metabólica. Propomos que a avaliação da função cerebral seja introduzida entre os parâmetros que devem ser avaliados quando se considera o tratamento precoce da obesidade infantil. Além disso, estudos futuros devem ser conduzidos para verificar se as reduções de desempenho cognitivo e anormalidades estruturais do cérebro são reversíveis com a perda de peso”, concluem os autores.

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