Foi realizado um estudo clínicotransversal com 33 mulheres obesas (IMC entre 30,0 e 39,9kg/m2) comidade entre 20 e 45 anos. Elas realizaram uma refeição padronizada rica emgorduras (414 kcal, 50% gordura, 35% carboidrato e 15% proteínas) e umarefeição livre. Foram avaliados os valores de GLP-1, GIP e TG nos momentos 0,30, 60, 90, 120, 150 e 180 minutos em ambas as refeições, e medidasantropométricas – peso, altura e IMC – e composição corporal por bioimpedância(massa gorda e massa muscular) antes da refeição, em jejum. Os indivíduos foramdivididos em 2 grupos de acordo com os valores de TG pós prandial: TG alto(HTG) e TG baixo (LTG).
Não houve diferença entre osgrupos HTG e LTG nas medidas antropométricas, parâmetros bioquímicos em jejumou níveis de apetite. O aumento do GIP foi significativamente menor no grupoHTG em comparação ao grupo LTG (p=0,03) e o GIP total apresentou uma tendênciaa ser menor também neste grupo (p=0,08), tendo sido menor nos tempos 150 e 180minutos (p=0,03 e <0,01, respectivamente). Não houve diferença no GLP-1entre os grupos em nenhum dos momentos aferidos. Saciedade foi menor no grupoHTG aos 120 e 150 minutos (p=0,03 e <0,01, respectivamente). Não houve diferença na fome entre os grupos.Foi observada uma correlação positiva entre GIP e GLP-1 no jejum com asaciedade no grupo LTG (p=0,05 e 0,01, respectivamente), e uma correlaçãoinversa entre a quantidade de alimentos consumidos na refeição livre e o GLP-1(p=0,01).
A partir destes achados, os autores concluíramque mulheres com um maior aumento nos níveis de TG após uma refeição rica emgordura apresentam diferença nos escores de saciedade e menor secreção de GIP quemulheres com TG baixo. Estes resultados indicaram que a alta concentração detriglicerídeos prejudica a secreção adequada de incretinas e a sensação desaciedade.