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Simbiótico melhora função intestinal de mulheres cronicamente constipadas

Pesquisadores brasileiros da instituição Ganep Nutrição Humana publicaram na revista Clinical Nutrition um estudo que demonstrou os benefícios da suplementação de simbiótico, composto por frutooligossacarídeos (FOS) associado com Lactobacillus e Bifidobacterium, na melhora dos parâmetros de evacuação em mulheres cronicamente constipadas.

A pesquisa foi coordenada pelo professor  Dan Linetzky Waitzberg, em que foram avaliadas 100 mulheres (idade entre 18-75 anos) constipadas. Após uma semana de observação clínica (sem intervenção), as pacientes foram randomizadas para receber duas doses diárias (totalizando 12g) de simbiótico (grupo intervenção, n=50) ou maltodextrina (grupo placebo, n=50), durante 30 dias. Cada sachê do simbiótico continha FOS, Lactobacillus paracasei, Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis.

O hábito intestinal das pacientes foi avaliado através dos critérios de ROMA III e classificado pelo Sistema de Pontuação para Constipação (Constipation Scoring System) de Agachan. A classificação de Agachan é baseada em oito parâmetros: frequência intestinal, dificuldade ou esforço evacuatório doloroso, sensação de evacuação incompleta, dor abdominal, tempo no lavatório para evacuar, necessidade de auxílio, tentativa para evacuar sem sucesso em 24 horas e duração da constipação, em anos. Com base nesses dados do questionário, os pontos variam de 0 a 30, sendo 0 normal e 30, constipação grave. Os critérios de Roma III para constipação são formados por cinco itens, dos quais, dois ou mais devem ser identificados nas pacientes em investigação. A resposta ao tratamento, portanto, foi avaliada pelo registro diário do paciente em relação à evacuação (frequência, consistência e forma das fezes, de acordo com a escala de Bristol), sintomas abdominais (dor abdominal, inchaço e flatulência) e intensidade da constipação.

Os pacientes tratados com simbiótico apresentaram aumento na frequência de evacuação, bem como a consistência das fezes e da forma mais próxima dos parâmetros normais do que o grupo placebo, com benefícios significativos a partir da segunda e terceira semana (p<0,0001). A pontuação Agachan foi melhor nos pacientes que receberam o simbiótico do que no grupo placebo. Além disso, o uso de simbiótico não apresentou aumento de desconforto abdominal quando comparado ao grupo placebo.

“A ingestão de simbiótico pode seletivamente alterar a composição da microbiota intestinal, restaurando o seu equilíbrio e melhorarando as funções gastrintestinais. A ingestão de fibras solúveis com efeitos prebióticos, como o FOS, estimula o crescimento de bifidobactérias e lactobacilos benéficos no cólon. Em concentrações adequadas, a administração oral de cepas específicas de lactobacilos e bifidobactérias pode estar associada com benefícios para a saúde, incluindo melhorias nos movimentos do intestino, permeabilidade, melhora da função de barreira imunológica intestinal e prevenção do câncer de cólon”, destacam os autores.

“Em conclusão, observou-se que a partir da terceira semana de tratamento com um simbiótico contendo como prebiótico o FOS e L. paracasei, L. rhamnosus, L. acidophilus, e B. lactis como probióticos facilitou a evacuação em mulheres constipadas. Houve aumento na frequência, melhora da consistência e da forma das fezes, com diminuição da intensidade da constipação. Outros estudos, em especial, grandes ensaios clínicos randomizados, são necessários para confirmar esses resultados e definir o papel clínico da administração de simbiótico em pacientes constipados”, concluem.

 

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