Pesquisadores holandeses publicaram na revista científica European Journal of Clinical Nutrition um estudo que demonstra os efeitos benéficos da suplementação nutricional oral contendo ácidos graxos ômega-3 na melhora da qualidade de vida e estado funcional de pacientes com câncer de pulmão.
Trata-se de um ensaio clínico, randomizado que investigou 40 pacientes (21 homens e 19 mulheres) em estágio III de carcinoma de pulmão de células não pequenas, com o objetivo de avaliar os efeitos de um suplemento nutricional oral contendo ácidos graxos ômega-3 sobre a qualidade de vida, desempenho, força de preensão manual e atividade física.
Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo intervenção (n=20), que recebeu 480 ml/dia (ProSure®, Abbott Nutrition) de suplemento nutricional contendo 2,02g de ácido eicosapentaenoico (EPA) e 0,92g de ácido docosahexaenoico (DHA) durante cinco semanas; grupo controle (n=20), que recebeu durante cinco semanas 400 ml/dia (Ensure®, Abbott Nutrition) de suplemento nutricional sem EPA e DHA.
O grupo de intervenção apresentou melhoras significativas nos parâmetros de qualidade de vida, função física e cognitiva (p <0,01), além de melhor estado de saúde global (p= 0,04) e social (p= 0,04), do que o grupo controle após as cinco semanas de suplementação. A força de preensão manual não diferiu significativamente entre os grupos ao longo do tempo, no entanto, o grupo de intervenção apresentou maiores níveis de atividade física do que o grupo controle após 3 e 5 semanas (p= 0,04 e p= 0,05, respectivamente).
“Embora o poder estatístico deste estudo seja limitado, devido ao número pequeno de pacientes avaliados, este é o primeiro ensaio clínico randomizado e controlado que indica os efeitos sobre os parâmetros de qualidade de vida”, destacam os autores.
“Portanto, os ácidos graxos ômega-3, EPA e DHA, podem afetar beneficamente qualidade de vida e estado funcional de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas. No entanto, são necessárias mais pesquisas para confirmar estes resultados e investigar o efeito dose-resposta desses ácidos graxos durante o tratamento do câncer”, concluem.
