Pesquisa publicada na revista British Medical Journal concluiu que a suplementação durante a gravidez de L-arginina e vitaminas antioxidantes reduz a incidência de pré-eclâmpsia, em uma população de alto risco para a doença.
Os pesquisadores avaliaram 672 mulheres grávidas com alto risco de pré-eclâmpsia, ou seja, histórico de gravidez anterior complicada por pré-eclâmpsia ou pré-eclâmpsia em parente de primeiro grau. A suplementação foi iniciada quando as mulheres tinham entre 14-32 semanas de gravidez, continuando até o parto. A pressão arterial e os níveis de L-arginina foram medidos a cada três a quatro semanas.
As participantes foram divididas em três grupos: grupo arginina + vitaminas antioxidantes; grupo vitaminas antioxidantes (sem arginina); grupo placebo. A suplementação foi oferecida em forma de barras alimentares. Cada barra continha 3,3 g de L-arginina e vitaminas antioxidantes (vitamina C [250 mg] e vitamina E [200 UI]). Todas as participantes dos grupos suplementados receberam duas barras por dia. As participantes do grupo placebo receberam duas barras desprovidas de L-arginina e vitaminas antioxidantes.
A incidência de pré-eclâmpsia foi significativamente reduzida (p < 0,001) em mulheres suplementadas com L-arginina e vitaminas antioxidantes em comparação com placebo. O grupo que recebeu apenas vitaminas antioxidantes apresentou efeito menos significativo estatisticamente quando comparado com placebo (p = 0,052).
O risco de pré-eclâmpsia vem sendo associado com mecanismos alterados de vasodilatação pela síntese defeituosa de óxido nítrico, um vasodilatador central. Dados de estudos com animais e humanos indicaram que a suplementação com L-arginina tem efeito benéfico sobre a pressão arterial, pois é um substrato para a enzima óxido nítrico sintase.
“Assim, os resultados deste estudo suportam a hipótese de que a suplementação de L-arginina pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia. Além disso, um achado secundário do estudo foi que a suplementação de L-arginina e vitaminas antioxidantes resultou em redução significativa no risco de parto prematuro em comparação com placebo”, comentam os autores.
“Esta intervenção é relativamente simples e de baixo custo para a redução do risco de pré-eclâmpsia. No entanto, são necessários mais estudos para determinar se esses resultados podem ser replicados e identificar se eles são devidos aos efeitos da L-arginina isoladamente ou a combinação de L-arginina e vitaminas antioxidantes”, concluem.
Leia também:
Alimentação adequada é o melhor caminho para uma gravidez saudável
Como é o metabolismo da arginina?
Microalbuminúria não serve para rastreamento de pré-eclâmpsia