Pesquisadores brasileiros publicaram um estudo na revista The American Journal of Clinical Nutrition que demonstrou a importância da suplementação de cálcio e vitamina D na melhora da massa óssea em mães adolescentes com dietas pobres em cálcio (aproximadamente 600 mg/dia).
O estudo foi do tipo randomizado e controlado por placebo, em que foram estudadas 56 adolescentes grávidas, com idades entre 14 a 19 anos e que apresentavam baixa ingestão de cálcio. As pacientes foram divididas em dois grupos, suplementação (n=30) de cálcio (carbonato de cálcio, 600 mg/dia) e vitamina D3 (200 UI) e grupo placebo (n=26). Todas as participantes foram orientadas a tomar uma cápsula de suplemento de cálcio e vitamina D3 ou placebo, diariamente, durante o café da manhã, a partir de 26 semanas de gestação até o parto.
A ingestão de cálcio e vitamina D na dieta foi avaliada por, no mínimo, três recordatórios alimentares de 24 horas, sendo considerada a baixa ingestão de cálcio quando o consumo foi de aproximadamente 600 mg/dia. O conteúdo mineral ósseo, área óssea e a densidade mineral óssea foram avaliadas por absorção de raios-X de dupla energia (DEXA).
Os pesquisadores observaram que o conteúdo mineral ósseo e a densidade mineral óssea diminuíram ao longo do tempo (p<0,005) em ambos os grupos. Entretanto, as mães suplementadas apresentaram maior área óssea (6,7% maior, p=0,002) e conteúdo mineral ósseo (7,9% maior, p=0,08) na coluna lombar do que as mães que consumiram o placebo, quando avaliadas em cinco semanas após o parto. Em 20 semanas pós-parto, as diferenças entre os grupos foram mais evidentes, os níveis foram maiores no conteúdo mineral ósseo na coluna lombar (13,9% maior), área óssea na coluna lombar (6,2% maior) e densidade mineral óssea da espinha lombar (10,6% maior) no grupo suplementado (p<0,008), quando comparado com o grupo que recebeu placebo.
“A gravidez e lactação são períodos de alta demanda de cálcio para o desenvolvimento do esqueleto fetal e para a produção de leite materno. Em mães adolescentes que não atingiram o pico de massa óssea essa demanda é ainda maior para que haja o desenvolvimento adequado da massa óssea materna. Consequentemente, a massa óssea materna poderia ser prejudicada nessas adolescentes, especialmente quando a ingestão de cálcio é baixa”, comentam os autores.
“Este estudo indicou que as mães adolescentes que receberam a suplementação de cálcio com vitamina D durante o último trimestre da gestação apresentaram maior massa óssea, principalmente na coluna lombar, e uma taxa reduzida de perda de massa óssea durante as primeiras 20 semanas da lactação. Esses resultados sugerem que mães adolescentes brasileiras com baixa ingestão de cálcio podem se beneficiar da suplementação de cálcio e vitamina D durante a gravidez. No entanto, estudos adicionais são necessários para confirmar esses resultados”, concluem.